segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Uma oferta irrecusável do governo federal. Mas Alckmin recusou


José Eduardo Cardozo
José Eduardo Cardozo
O ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo - conforme leio nos jornais - ofereceu ao governo paulista, do tucano Geraldo Alckmin (PSDB), vagas nos presídios de segurança máxima federais para recolher os principais figurões do Primeio Comando da Capital (PCC), a organização criminosa que detém o poder no sistema presidiário do Estado de São Paulo.

O governo federal está preocupado com a guerra deflagrada em São Paulo, que provocou centenas de assassinatos desde o início do ano. E que pode ter sido desencadeada duplamente, de um lado pelo PCC vingando a morte de seus integrantes; de outro por milícias e esquadrões da morte montados dentro da própria polícia paulista e que estão fazendo "justiça" com as próprias mãos, na política do olho por olho, dente por dente.

Nem isto se sabe, porque até agora o governo de Alckmin não conseguiu concluir suas investigações. Ou se concluiu não deu à sociedade satisfações sobre elas. Intensificada desde 13 de junho pp. a guerra já fez bem mais de uma centena de vítimas.

Escalada de violência atinge indistintamente civis e PMs


Na semana passada uma chacina deixou oito mortos em Taboão da Serra, na região metropolitana da capital. Num fim de semana foram 16 chacinados na Baixada Santista. Desde o início do ano, 79 policiais já morreram nesta carnificina. Destes, 76 estavam de folga, situação em que são os alvos preferenciais para estes assassinatos.

O governo federal, então, tentou ajudar na solução do problema. A União tem quatro presídios federais de segurança máxima, os de Mossoró, no Rio Grande do Norte, Catanduva, no Paraná, Campo Grande no Mato Grosso do Sul e Porto Velho, em Rondônia.

Li e não acreditei na resposta dada pelo governo de São Paulo à oferta do ministro da Justiça: a administração do Estado recusou, ou não se interessou pela proposta porque teme que a transferência dos figurões do PCC para outros Estados irrite os chefões da organização criminosa e, em represália, eles aumentem a guerra.

São Paulo tem governo?

Mas, que governo é este que não tem pulso e tem medo de enfrentar o crime organizado? É certo que a polícia paulista, segundo afirmam os próprios especialistas, está sem comando.

E continuará assim, no mínimo até que o governo Alckmin encontre uma solução para a crise. Uma alternativa - uma, friso, dentre várias que deveriam ser estudadas - poderia ser a adoção e instalação de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), solução que tem dado certo no Rio, onde cerca de 40 áreas já foram ocupadas e tomadas do controle do crime organizado e do tráfico.

Mas, infelizmente, é difícil que tenhamos uma solução, quando o governo estadual rejeita uma oferta dessas do governo federal. E enquanto o governador Alckmin continuar dizendo que há "muita lenda" em torno do poder do PCC e seu comandante da PM reforçar esta sua posição afirmando que há "fantasias" a respeito.
(Foto: Renato Araújo/ABr)
Fonte:Blog do Zé

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