Governo inaugura hoje projeto que permite que
professores trabalhem – precariamente – até 65 horas por semana na rede
pública estadual
São Paulo – A Secretaria Estadual de Educação de São Paulo
abre hoje (15) as inscrições para que os 181,5 mil professores efetivos
e estáveis da rede estadual possam acumular o cargo com a contratação
temporária e aumentar a carga horária em até 65 horas semanais. O
projeto foi anunciado em julho pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Até então, a carga horária máxima de um professor era de 40 horas
semanais.
De acordo com a secretaria, a mudança
permite que um professor com jornada de 40 horas semanais, por exemplo,
possa acumular até 25 horas extras, o que representa um ganho financeiro
de cerca de R$ 1.400 ao mês, além do salário-base somado às
gratificações que variam de acordo com cada servidor. Para o Sindicato
dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeosesp), a medida do
governo Alckmin precariza o trabalho do profissional da educação. “ O
governo do estado não tem tido sensibilidade para tratar os professores,
os trata como escravos da educação”, afirmou Maria Izabel Noronha, a
Bebel, presidenta da Apeoesp, à Rádio Brasil Atual.
A proposta de Alckmin, segundo ela,
apesar de parecer valorizar o professor, já que permite maior
remuneração, não atende às reivindicações que a categoria faz há anos,
como o cumprimento da jornada com o piso salarial profissional nacional.
“O que está por trás é a política de desoneração do governo. E
desvalorizar os professores, tipo 'quer ganhar um pouco mais, dá mais
aulas'. Não é isso que queremos. Queremos ganhar mais, valorizar nossos
salários, mas com a jornada que já temos e aplicação do piso salarial,
isso sim é política de valorização.”
Ela ressalta que as horas extras serão
contradadas na condição de professor temporário, em que os direitos
trabalhistas são bastante reduzidos. “O professor será admitido em
caráter temporário, da forma mais precária que existe, não tem direito a
ficar doente, a nada. É algo muito contraditório. A ideia é resolver
problemas de falta de professores, mas a condição central para isso é
ter um plano de cargos com salários atrativos para professores que fazem
opção de estar só na rede estadual.”
No dia 30 de agosto haverá uma mobilização dos
professores pela valorização dos profissionais da educação. “Vamos fazer
uma grande uma grande caminhada em defesa da escola pública, do piso
salarial profissional nacional e pela valorização dos profissionais da
educação.”
Ouça aqui a entrevista de Bebel na íntegra na Rádio Brasil Atual.
Absurdo 20 anos de tirania no poder atropelando a constituição, enquanto o trabalho é 44 horas ele 65 horas.
ResponderExcluirFora Alckmin e PSDB tiranos,vamos trazer a democracia a nosso estado