domingo, 30 de outubro de 2016

Depois de Serra, Alckmin, o “Santo”, cai na delação da Odebrecht, imprensa esconde

Depois de Serra, Alckmin, o “Santo”, cai na delação da Odebrecht, imprensa esconde
Um dia depois de vir à tona a denúncia de que José Serra recebeu da Odebrecht R$ 23 milhões em propina por meio de uma conta na Suíça, o fogo é disparado contra outro tucano; reportagem da revista Veja neste fim de semana aponta que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também é citado na delação e confirma que Alckmin é o "Santo" das planilhas da empreiteira; a ele, foram pagos R$ 500 mil em duas parcelas, a pedido de um diretor de contrato da Odebrecht que era responsável pelas obras na Linha 4 do Metrô

247 - Não está fácil a vida dos tucanos. Um dia depois de vir à tona a denúncia de que José Serra recebeu da Odebrecht R$ 23 milhões em propina por meio de uma conta na Suíça, o fogo é disparado contra outro cacique do PSDB que visa a presidência da República.
Reportagem da revista Veja neste fim de semana aponta que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também é citado na delação da maior empreiteira do País e confirma que Alckmin é o "Santo" das planilhas da construtora.
A ele, foram pagos R$ 500 mil em duas parcelas, a pedido de um diretor de contrato da Odebrecht que era responsável pelas obras na Linha 4 do Metrô, de acordo com planilha obtida pela Polícia Federal na 35ª fase da Operação Lava Jato.
O documento aponta repasse de propina da Odebrecht a governos de vários partidos e todas as esferas em diversas obras no Brasil, entre elas o aeroporto Santo Dumont, no Rio de Janeiro, que é governado pelo PMDB, e o Rodoanel e o Metrô em São Paulo.
No início de outubro, a revista Carta Capital já havia sugerido que "Santo" fosse o governador. Na ocasião, a revista cobrou a Lava Jato pelo fato de que, desde março, quando o codinome apareceu pela primeira vez, como beneficiário na obra da duplicação da Rodovia Mogi-Dutra, "já foram deflagradas dez fases da Lava Jato e a Polícia Federal ainda não conseguiu identificar qualquer um dos codinomes mencionados".

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Linha 15 do Metrô custa o triplo do orçado e transporta 1% do previsto


Linha 15 do Metrô de Alckmin custa o triplo do orçado e transporta 1% do previsto
Desde que foi inaugurado, em agosto de 2014, o monotrilho da Linha 15-Prata (Cidade Tiradentes–Vila Prudente) do Metrô de São Paulo, empresa administrada pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), transportou, em média, 5.200 pessoas por dia, num total de 3,9 milhões de passageiros; número equivale a menos de 1% dos 550 mil passageiros por dia, estimados em 2009, quando as obras foram iniciadas; isso decorre dos vários atrasos que o empreendimento acumula; a primeira previsão de conclusão era para 2012, porém, somente duas estações estão operando, oito estão previstas para 2018 e oito tiveram a construção suspensa.

Rodrigo Gomes, da Rede Brasil Atual
Desde que foi inaugurado, em agosto de 2014, o monotrilho da Linha 15-Prata (Cidade Tiradentes–Vila Prudente) do Metrô de São Paulo, empresa administrada pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB), transportou, em média, 5.200 pessoas por dia, num total de 3,9 milhões de passageiros. O número equivale a menos de 1% dos 550 mil passageiros por dia, estimados em 2009, quando as obras foram iniciadas. Isso decorre dos vários atrasos que o empreendimento acumula. A primeira previsão de conclusão era para 2012. Porém, somente duas estações estão operando, oito estão previstas para 2018 e oito tiveram a construção suspensa.
O atraso nas obras, tocadas pelo Consórcio Expresso Monotrilho Leste (CEML), que inclui as construtoras Queiroz Galvão e OAS e a empresa de tecnologia Bombardier, deixa sem uso, pelo menos, 16 composições, das 20 adquiridas para operar no monotrilho. O trecho em funcionamento, de 2,9 quilômetros, comporta apenas quatro trens. As demais ficam paradas no pátio Oratório. Um dos principais problemas foi a “descoberta” de um córrego sob o trecho em que seriam construídas três estações, que não estava previsto no projeto.
Enquanto a obra avança lentamente, o orçamento mais do que triplicou. De 2009, quando foi anunciada pelo ex-governador e hoje ministro de Relações Exteriores José Serra (PSDB), até agora, o orçamento foi revisto de R$ 2,3 bilhões para R$ 7,1 bilhões, um acréscimo de 208%. No entanto, enquanto o Plano Plurianual 2011-2014, do governo Alckmin, previa investimentos de R$ 3,8 bilhões na obra, somente R$ 1,5 bilhão foi aplicado – 60% menos.
Atualmente, o governo do estado estuda privatizar a operação do monotrilho, para evitar a contratação de trabalhadores metroviários – que ficariam sob responsabilidade do concessionário – e arrecadar dinheiro para concluir estações e trechos em obras. Assim como na proposta de privatização das linhas 5-Lilás (Capão Redondo–Chácara Klabin) e 17-Ouro, não estariam previstos investimentos do consórcio que vencer a licitação para operação da Linha 15. Apenas manutenção e atualização do sistema.
Sistema, aliás, que não funciona satisfatoriamente. A linha é operada pelo sistema Controle de Trens Baseado em Comunicação (CBTC, na sigla em inglês), o mesmo que pode colocar dois trens em rota de colisão na Linha 2-Verde, conforme a RBA revelou este mês. No último dia 10, um trem do monotrilho deixou a plataforma da estação Oratório com todas as portas abertas. Por questão de segundos, duas mulheres quase ficaram presas entre as portas da plataforma e da composição, ao tentar ingressar no vagão quando as entradas reabriram.
O monotrilho é suspenso e os trens circulam numa espécie de viga central. Entre os dois viários há uma plataforma para evacuação do trem, com uma grade de proteção. O lado oposto, no entanto, não possui proteção lateral – a altura que separa o trilho da Avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo é de 15 metros. O Metrô informou que “recolheu o trem para a manutenção e acionou a fabricante da composição”.
A linha foi anunciada como uma grande novidade, de construção mais rápida e grande capacidade de transporte de passageiros. "É um grande ganho para a população: transporte de qualidade, de alta capacidade, rápido, direto, com conforto, com segurança e alta tecnologia. Esse é o primeiro monotrilho brasileiro, o primeiro fabricado no Brasil e o maior monotrilho do mundo", disse Alckmin, em julho de 2014, durante apresentação dos trens da linha.
Ontem (25), o governador visitou as obras da estação Jardim Planalto e anunciou a extensão do horário de funcionamento da Linha 15, que passa a funcionar como as demais linhas: das 4h40 a 0h. Até então, funcionava das 6h às 20h.
A demanda total de passageiros estimada para o monotrilho é metade das duas principais linhas do sistema metroviário. A Linha 1-Azul (Jabaquara–Tucuruvi) transporta 1,1 milhão de pessoas por dia. Já a Linha 3-Vermelha (Corinthians-Itaquera–Palmeiras-Barra Funda) transporta 1,2 milhão.
Do Brasil 247

sábado, 15 de outubro de 2016

Engevix delata R$ 20 milhões em propina nas gestões Serra e Alckmin

Engevix delata R$ 20 milhões em propina nas gestões Serra e Alckmin
Em acordo de leniência com o Ministério da Transparência, o empresário José Antunes Sobrinho, sócio da construtora Engevix, apresentou uma lista de pagamento de propinas para obtenção de contratos de duas empresas sob comando tucano no estado de São Paulo: a CDHU, estatal que constrói moradias populares, e a Dersa, estatal responsável pela obra do Rodoanel Mário Covas; Antunes aponta condutas ilegais cometidas por executivos da empresa durante a gestão do PSDB em São Paulo, nos governos de Geraldo Alckmin e José Serra; valores da propina ultrapassam os R$ 20 milhões; além da Engevix, a Odebrecht já havia relatado pagamento de propina durante o mesmo período.
SP 247 - O empresário José Antunes Sobrinho, sócio da construtora Engevix, está negociando um acordo de leniência com o Ministério da Transparência. O acordo, espécie de colaboração premiada para empresas, que implica em pagamento de multa e confissão dos delitos cometidos pela companhia, tem como possibilidade a volta da Engevix em ter contratos com o poder público.
Segundo reportagem de Ana Clara Costa e Alana Rizzo, da revista Época, para ter acesso ao benefício, Antunes apresentou aos procuradores uma lista de pagamento de propinas para obtenção de contratos em quatro órgãos públicos. Entre eles estão duas empresas sob comando tucano no estado de São Paulo, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), a estatal que constrói moradias populares, e a Dersa Desenvolvimento Rodoviário, estatal das rodovias paulistas, responsável pela obra do Rodoanel Mário Covas.
Antunes aponta condutas ilegais cometidas por executivos da empresa durante a gestão do PSDB em São Paulo, nos governos de Geraldo Alckmin e José Serra. Segundo a revista, os valores da propina ultrapassam os R$ 20 milhões.
A Engevix não é a primeira a relatar pagamento de propina em contratos dos dois governos do PSDB citados. Nas planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal há referências a pagamentos por contratos da Linha 2 do metrô de São Paulo, feitos em 2004 e em 2016, mesmo período em que a Engevix relata repasses por negócios na CDHU.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Geraldo Alckmin aumenta em 30% gastos com publicidade entre 2011 e 2015 e esconde quanto ganhou cada empresa de mídia

Geraldo Alckmin PSDB aumenta em 30% gastos com publicidade entre 2011 e 2015 e esconde quanto ganhou cada empresa de mídia
Tutinha, dono da Jovem Pan, e Alckmin em evento da rádio
  • Com reportagem de Pedro Zambarda
O Cafezinho publicou, no dia 5 de outubro, um levantamento mostrando a bolada que o governo Michel Temer pagou à imprensa amiga desde que assumiu. O golpe estava consolidado e o presidente Golpista recompensou seus sócios.
A TV Globo, por exemplo, teve um aumento de 23% nas verbas publicitárias.vejam
Mas isso você já sabe.
Pouco se fala, contudo, do empenho de dinheiro de governos estaduais na mídia amiga. O blindado Alckmin, para ficar no exemplo mais eloquente e mais rico, é um fenômeno publicitário.
Entre 2011 e 2015, sua gestão aumentou os gastos em publicidade oficial em 30,31%. O DCM vai dedicar uma série de reportagens a essa gastança desenfreada e sem critério.
Nosso repórter Pedro Zambarda analisou planilhas de prestações de serviços da subsecretaria de comunicações de 2011 até setembro de 2016.
Nesse período, o governo Alckmin “investiu” pelo menos 1 bilhão em anúncios, sobretudo em “serviços complementares de comunicação” envolvendo os grandes veículos.
Houve um aumento quando da crise de falta d’água a partir de meados de 2013. Ao invés de tomar as medidas necessárias, a Sabesp triplicou gastos com publicidade, com mais de R$ 40 milhões em presença na mídia.
Naquele ano, Alckmin desembolsou R$ 238 milhões, um recorde em seus mandatos. E veja que esses relatórios não incluem os anúncios das estatais.
Alckmin se vale de uma esperteza. Uma brecha no artigo 16 da lei de número 12.232/2010 é utilizada para que os relatórios não discriminem quanto cada grupo de mídia ganhou separadamente.
Os nomes aparecem isolados ocasionalmente. No período entre janeiro e março de 2016, por exemplo, o Estado de S.Paulo recebeu R$ 44 781,10 como único representante da mídia impressa. O Estadão ressurge num aporte de R$ 83 mil junto com o Diário do Rio Claro e outros jornais regionais entre os meses de março e setembro.
gastos alckmin 2014
A Jovem Pan, porta voz da direita mais hidrófoba do Brasil, devidamente agraciada com os pixulecos de Temer, fatura bonito com Alckmin.
No primeiro trimestre de 2014, a Pan (identificada como Rádio Panamericana, como se vê no quadro abaixo) era a estrela de uma lista de emissoras que receberam R$ 2,4 milhões.
Em junho, Geraldo participou de um evento chamado “Quem Faz Um Brasil Melhor”, organizado pela JP em parceria com, veja só, o Lide de João Doria. Posou para fotos com o dono, Tutinha.
A auto cobertura do rapapé é de envergonhar Amaury Junior. “Os bons exemplos inspiram a juventude”, disse Alckmin aos amigos. Rendeu alguns trocados.
gastos de Alckmin do PSDB com a midia
A rádio aparece como beneficiária de uma campanha de R$ 2 051 505,54 milhões entre março e setembro de 2016. Também levou R$ 1.211.125,88 em “sites de internet” no início do ano.
Nesse mesmo período, a TV Globo é listada como recebedora de R$ 5 888 693,12 milhões, juntamente com a TV Gazeta, SBT, Bandeirantes, Cultura e outras. Entre março e setembro, a editora Globo aparece como recebedora de R$ 384 076,69 com mais duas empresas.
Entre janeiro e março de 2014, quando Alckmin se preparava para tentar a reeleição, seu governo investiu R$ 7 358 628,33 em televisão.
O valor subiria para R$ 27 358 859,72. As Organizações Globo participam da partilha com mais 40 outras empresas. A televisão dos Marinhos, no entanto, entra com cinco empresas com CNPJs diferentes, enquanto a Bandeirantes possui três e a Record com apenas uma.
Generoso, Geraldo Alckmin não deixou de presentear seu protegé João Doria, prefeito eleito de São Paulo. Deu R$ 1,5 milhão a sete revistas fantasmas de sua editora entre 2014 e 2015.
gastos alckmin 2
gastos alckmin PSDb SP

domingo, 9 de outubro de 2016

Após as eleições de Dória e aliados, mídia “descobre” que Geraldo Alckmin reduz verbas para trens e Metrô

Após as eleições de Dória e aliados, mídia “descobre” que Geraldo Alckmin reduz verbas para trens e Metrô
COM OBRAS PARADAS, VERBA PARA TRENS E METRÔ TEM REDUÇÃO DE 14%

Via Estadão em 4/10/2016(menos de 2 dias depois das eleições) via Limpinho e Cheiroso

A Secretaria Estadual dos Transportes Metropolitanos, órgão do governo do Estado de São Paulo responsável pelo Metrô e pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), recebeu a menor previsão de orçamento desde o início da atual gestão do governo Geraldo Alckmin (PSDB), em 2011. Em valores atualizados, a verba para investimentos da secretaria em 2017 é 14% menor do que o Orçamento aprovado para o ano corrente.
Com uma obra paralisada por prazo indefinido (a linha 6-laranja) e três com atrasos de mais de um ano (4-amarela, 15-prata e 17-ouro), o Metrô, que é uma empresa de economia mista e tem orçamento próprio, também tem redução expressiva de previsão de investimentos.
Os dados que constam na proposta orçamentária enviada pelo governo Alckmin à Assembleia Legislativa mostram queda de 13% na previsão de gastos, de R$3,89 bilhões, em 2016, para R$2,9 bilhões no ano que vem.
A queda resulta da freada nas obras da linha 6-laranja, prevista para ligar a Brasilândia, na zona norte, à estação São Joaquim, da linha 1-azul. A previsão de gastos com o ramal caiu de R$1,2 bilhão, no Orçamento atual, para R$259 milhões para 2017.
O ramal, no entanto, está paralisado desde o mês passado, porque o consórcio que executa o projeto por meio de uma parceria público-privada (PPP) não conseguiu financiamento para dar andamento aos trabalhos.
Também caiu 25% a previsão do governo para aquisição de novos trens para a rede metroferroviária. O recurso – inteiramente financiado por entidades como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bird) – foi de R$1,37 bilhão (em valores corrigidos) para R$1,018 bilhão para o ano que vem.