Registro errado de BOs comprometem estatísticas sobre violência
Nos últimos dez anos, o índice de criminalidade vem apresentando decréscimo em São Paulo. Segundo o Mapa da Violência, elaborado pelo Ministério da Justiça, o número de homicídios diminuiu 56,3%. Entretanto, uma investigação da polícia põe em dúvida estatísticas como essa. Erros no preenchimento nos boletins de ocorrência estariam distorcendo os dados.
FONTE:BAND VÌDEOS
Casos de latrocínio crescem em SP
Josmar Jozino
do Agora
Diferentemente do que foi divulgado pela SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), os casos de latrocínio (roubo seguido de morte) na capital aumentaram 16% no primeiro trimestre deste ano em comparação com mesmo período do ano anterior.
As cúpulas das polícias tinham anunciado e comemorado uma queda de 12%. Mas a pasta deixou de computar ao menos sete ocorrências.
Anteriormente, as estatísticas oficiais informavam que ocorreram, na capital, 22 casos de latrocínio no primeiro trimestre deste ano contra 25 registrados em igual período de 2010 --o que apontaria a queda de 12%.
Fonte:Agora São paulo
SP tem mais casos de latrocínio do que é divulgado:
Era noite de terça-feira, 8 de março. O projetista Carlos Eduardo de Sousa Garcia, de 24 anos, chegava da faculdade. Seu pai notou pelas imagens das câmeras de segurança instaladas em sua casa que o filho seria assaltado no portão, na Rua Xavier da Rocha, 20, Vila Prudente, zona leste. Não teve tempo de ajudá-lo. Cadu, mesmo sem reagir, levou um tiro por fechar o portão na cara dos ladrões. Poeta promissor, ele morreu durante a madrugada no Hospital Paulistano.
O malsucedido roubo, que provocou o assassinato do estudante de Letras, poderia se tornar apenas um número nas estatísticas da violência de São Paulo. Mas, nem isso aconteceu. O crime que chocou São Paulo, não está entre os casos de latrocínio da capital divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) no último dia 15.
A estatística oficial dá conta de que no primeiro trimestre de 2011, a capital teve 22 casos de roubo que culminaram na morte do assaltado. Para o governo, uma redução de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Jornal da Tarde levantou 25 casos de latrocínio no mesmo período compreendido pela estatística da SSP, o mesmo índice registrado no primeiro trimestre de 2010 e, portanto, nenhuma redução nesse tipo de crime, que é um dos que mais assusta a população e pode acontecer no trânsito, na saída de um banco, no trabalho e até em casa.
A morte do estudante da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Nicholas Marins do Prado, de 20 anos, em 4 de março, na porta da casa de um amigo, na Rua França Pinto, Vila Mariana, zona sul, foi registrada como roubo no 36º DP (Vila Mariana). E também não foi contada como latrocínio para o governo.
“O registro como roubo não está errado. Mas, deveria haver mais cautela do delegado. Checar o estado da vítima e fazer constar do BO que houve lesão grave, mesmo que naquele momento não tenha ocorrido a morte. A omissão desse dado na natureza do documento faz com que as estatísticas não sejam fiéis à realidade”, disse o promotor Marcelo Baroni, ex-delegado do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
As mortes de Prado e Garcia foram registradas por câmeras de segurança e suas imagens, exibidas exaustivamente pela imprensa. Em nenhuma delas a polícia duvidou se tratar de assalto. Em ambos os casos, as vítimas morreram horas após serem baleadas.
Além das mortes dos dois universitários, o assassinato do comerciante José Arteiro Morais, de 43 anos, também é um fantasma estatístico. No dia 2 de março, sua pizzaria, na Cachoeirinha, zona norte, foi invadida por um homem que anunciou roubo. Morais disse que não tinha dinheiro e foi baleado no rosto.
O caso, registrado como roubo seguido de morte no 72º DP (Vila Penteado), também não figura na lista oficial de latrocínios. Não consta sequer da estatística de homicídio doloso do distrito policial.
O delegado geral, Marcos Carneiro, disse que casos que apresentem fatos novos devem ser corrigidos em sua natureza. “Agora que as divulgações de índices serão mensais, a atualização será mais dinâmica.”
O coronel José Vicente da Silva, consultor em segurança, diz que “mapear os roubos é mais importante para evitar latrocínio”. Para o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos humanos, o problema é a falta de padronização nos registros. “Compromete a credibilidade.”
No início de 2007, estatísticas da SSP já mostravam problema: eram divulgados apenas 50% dos casos de roubos a banco.
Fonte:BLOG do Jornal Flit Paralisante
11/05/2011 O malsucedido roubo, que provocou o assassinato do estudante de Letras, poderia se tornar apenas um número nas estatísticas da violência de São Paulo. Mas, nem isso aconteceu. O crime que chocou São Paulo, não está entre os casos de latrocínio da capital divulgados pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) no último dia 15.
A estatística oficial dá conta de que no primeiro trimestre de 2011, a capital teve 22 casos de roubo que culminaram na morte do assaltado. Para o governo, uma redução de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Jornal da Tarde levantou 25 casos de latrocínio no mesmo período compreendido pela estatística da SSP, o mesmo índice registrado no primeiro trimestre de 2010 e, portanto, nenhuma redução nesse tipo de crime, que é um dos que mais assusta a população e pode acontecer no trânsito, na saída de um banco, no trabalho e até em casa.
A morte do estudante da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Nicholas Marins do Prado, de 20 anos, em 4 de março, na porta da casa de um amigo, na Rua França Pinto, Vila Mariana, zona sul, foi registrada como roubo no 36º DP (Vila Mariana). E também não foi contada como latrocínio para o governo.
“O registro como roubo não está errado. Mas, deveria haver mais cautela do delegado. Checar o estado da vítima e fazer constar do BO que houve lesão grave, mesmo que naquele momento não tenha ocorrido a morte. A omissão desse dado na natureza do documento faz com que as estatísticas não sejam fiéis à realidade”, disse o promotor Marcelo Baroni, ex-delegado do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
As mortes de Prado e Garcia foram registradas por câmeras de segurança e suas imagens, exibidas exaustivamente pela imprensa. Em nenhuma delas a polícia duvidou se tratar de assalto. Em ambos os casos, as vítimas morreram horas após serem baleadas.
Além das mortes dos dois universitários, o assassinato do comerciante José Arteiro Morais, de 43 anos, também é um fantasma estatístico. No dia 2 de março, sua pizzaria, na Cachoeirinha, zona norte, foi invadida por um homem que anunciou roubo. Morais disse que não tinha dinheiro e foi baleado no rosto.
O caso, registrado como roubo seguido de morte no 72º DP (Vila Penteado), também não figura na lista oficial de latrocínios. Não consta sequer da estatística de homicídio doloso do distrito policial.
O delegado geral, Marcos Carneiro, disse que casos que apresentem fatos novos devem ser corrigidos em sua natureza. “Agora que as divulgações de índices serão mensais, a atualização será mais dinâmica.”
O coronel José Vicente da Silva, consultor em segurança, diz que “mapear os roubos é mais importante para evitar latrocínio”. Para o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em direitos humanos, o problema é a falta de padronização nos registros. “Compromete a credibilidade.”
No início de 2007, estatísticas da SSP já mostravam problema: eram divulgados apenas 50% dos casos de roubos a banco.
Fonte:BLOG do Jornal Flit Paralisante
Morte após assalto cresce no Estado
Léo Arcoverde
do Agora
O número de vítimas de latrocínio (roubo seguido de morte) entre 1º de abril e o último domingo aumentou 50% no Estado em comparação com o mesmo período do ano passado, apontam dados do Infocrim (sistema usado pelas polícias para mapear crimes) obtidos pelo Agora. do Agora
Segundo o levantamento, o número de mortes após roubos ou tentativas de assalto no período analisado saltou de 16 para 24 de 2010 para cá.
Os casos deste ano apontam que uma pessoa é vítima de latrocínio a cada 38 horas. De acordo com estatística divulgada pela SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública), no primeiro trimestre, 78 pessoas morreram após roubos no Estado, o que representa um assassinato a cada 28 horas.
Fonte:Jornal Agora SP
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