Indicado para o cargo, deputado Roberto Engler (PSDB) cobrou transparência no processo de liberação de recursos e foi trocado pela colega Maria Lúcia Amary
Fábio Serapião, do Jornal da Tarde, e Fernando Gallo, de O Estado de S.Paulo
O escândalo de vendas de emendas parlamentares conturba a discussão do Orçamento 2012 na Assembleia Legislativa de São Paulo e já produziu uma baixa: indicado extraoficialmente para desempenhar o cargo de relator, o tucano Roberto Engler desagradou uma parcela de deputados da Casa ao cobrar "transparência" nas indicações de emendas e, de última hora, foi substituído pela colega de bancada Maria Lúcia Amary.
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AL SP/Divulgação
Ao cobrar transparência nas indicações das emendas, Engler desagradou parte dos deputados
No dia 25, Engler enviou um ofício para os outros 93 parlamentares no qual solicitava que enviassem a seu gabinete as emendas referentes à cota de R$ 2 milhões, com os devidos valores, objetos e entidades ou prefeituras destinatárias. De acordo com dois deputados com bom trânsito na Casa, a sinalização de que seria ele o relator lhe fora feita pelo líder do governo, deputado Samuel Moreira (PSDB).
Nesta quarta-feira, 9, no entanto, tão logo a peça orçamentária chegou à Comissão de Finanças e Orçamento, seu presidente, o deputado Mauro Bragato (PSDB), designou Maria Lúcia Amary para a relatoria.
O Estado apurou que alguns deputados que resistem ao novo formato - antes as indicações eram feitas diretamente na Casa Civil, sem passar pelo Orçamento e sem publicação - reclamaram do gesto de Engler ao presidente da Casa, Barros Munhoz (PSDB), que chegou a dizer aos descontentes que "rasgassem" a carta do tucano.
"Muitos parlamentares mostraram seus desagrados em relação a isso (ofício). Acho que incomodei muita gente. Resolveram nomear uma outra deputada, Maria Lúcia Amary, uma deputada respeitável, para ser a nova relatora do orçamento", explicou Engler.
A conduta seguia a mesma linha do projeto apresentado há três semanas por todos os líderes partidários que torna obrigatória a apresentação formal das emendas ao Orçamento. A proposta foi a forma encontrada pela Assembleia de reagir à crise que a assola. "Quando foi sinalizado que eu seria o relator, achei que o momento, pelo clamor nas ruas, estampado nas redes sociais e nos jornais de todo Estado, exigia que o relator inovasse, criasse um novo sistema na direção da transparência. Então, mesmo não sendo, ainda, relator eu tinha que explicar qual o sistema que eu adotaria", argumentou Engler.
Fonte:Blog Se a radio nao toca
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