sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Alckmin corta 37% de verba para construir, ampliar e equipar escolas de SP

Previsão de investimentos na rede estadual cai aproximadamente R$ 275 milhões em relação ao ano passado e é a menor de toda a gestão. Programa Escola da Família tem para investimento R$ 10
Escola
Escola na zona leste não tem nem calçadas nos fundos do prédio
São Paulo – A verba orçada pelo governo do estado de São Paulo para construir escolas, realizar reformas estruturais nos prédios e comprar equipamentos escolares caiu 36,62% de 2013 para 2014. Os dados, consultados em 12 de fevereiro, são da Secretaria Estadual da Fazenda e estão disponíveis na ferramenta Sistemas de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária (Sigeo).
A previsão do montante de investimentos da Secretaria Estadual de Educação, que era de R$ 749.079.731,00 no ano passado, foi reduzida para R$ 474.751.933,00 em 2014, o que representa queda de aproximadamente R$ 275 milhões. É o menor valor de toda a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB). E quase a metade da previsão orçamentária para investimentos de 2012 (R$ 957.227.547,00).
Entre 2011 e 2013, foram orçados R$ 2.456.307.278 para investimentos na rede, dos quais R$ 2.089.507.102 foram, de fato, aplicados pelo governo do estado. Ao todo, R$ 366.800.176 deixaram de ser investidos (-14,93%), segundo dados do Sigeo.
A verbas para investimento destinam-se a bens estruturais e permanentes, como construções, ampliações, obras estruturais e a compra de equipamentos que durem pelo menos dois anos, como computadores e carteiras. Além disso, também asseguram o planejamento de obras públicas no setor e a realização de programas especiais de trabalho.
Em nota, a Secretaria Estadual de Planejamento reforçou que o orçamento total da educação aumentou em 10% de 2013 para 2014, passando de R$ 24,2 milhões para R$ 26,6 milhões. “Houve aumento nas despesas de pessoal de 13,9 % devido ao reajuste dos salários dos professores que vem ocorrendo desde 2011”, afirmou em nota.
A Secretaria Estadual de Educação não confirmou os dados do Sigeo.
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“Se fosse uma rede em que as escolas estivessem novas e os laboratórios equipados, até poderia fazer sentido. Mas estamos falando de uma rede com muitas escolas sem condições e sem equipamentos adequados. Isso preocupa”, diz o presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação (Fineduca), José Marcelino de Rezende Pinto. “O que os dados mostram é um descompromisso em melhorar a rede porque o investimento é justamente um dinheiro para melhorar ou para não deixar piorar.”
O ano letivo tem pouco mais de um mês e o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apoesp) recebeu quatro denúncias de problemas graves de infraestrutura na rede. Em uma delas, a Escola Estadual Jardim Sapopemba, na zona leste da capital, os alunos tiveram de fazer rodízio nas aulas devido a falta de carteiras.
Em outro colégio, não identificado, no município de Rio Claro, os funcionários denunciaram que não conseguem a instalação de um computador com impressora e, por isso, estão pagando pelas cópias das atividades para os alunos. “Há um consenso de que é preciso mexer nas escolas, mas a queda no investimento mostra um posicionamento no sentido contrário. Ao priorizar não investir, o governo estadual sinaliza que está bom do jeito que está. O problema é que não está bom”, lamenta Marcelino.
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Só neste ano a Apoesp recebeu quatro denúncias de problemas graves de estrutura nas escolas
“Isso significa um processo de sucateamento das escolas. Objetivamente, os dados apontam que o governo não está cuidando das escolas e está focando praticamente só no custeio”, continuou o especialista.
“Isso é normal, mas essa queda em um sistema onde as escolas de uma maneira geral estão devendo muito em termos de infraestrutura mostra que teremos uma educação pobre para os pobres. Só sobra cuspe e giz”.
A queda na verba para investimentos foi registrada no Painel de Controle da Lei Orçamentária, da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo. No portal, a redução apontada é de 37,5% entre 2013 e 2014, tendo passado de R$ 889 milhões para R$ 556 milhões.
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Devido a desabamento no teto, alunos usam banheiros químicos
“A rede já está muito esvaziada. A sensação é que está em desmanche, até porque houve um grande processo de municipalização. Quando você conversa com o pessoal que trabalha na rede estadual, tem a sensação de estar em uma casa que está caindo aos poucos. É uma pena, porque já foi a maior rede do país”, lamenta o presidente do Fineduca.
“Em todos os níveis de governo, os recursos para investimentos, em geral, não são grandes, porque é necessário um volume elevado para manter o que existe”, diz o professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, Ruben Barbosa, que é especialista em financiamento do setor. “Apesar disso, o que esperaria em São Paulo era exatamente o oposto. Com a incorporação de cada vez mais tecnologia no cotidiano das escolas e da Secretaria de Educação, por exemplo, esses recursos são cada vez mais necessários.”

Orçamento de R$ 10

Segundo os dados do Sigeo, obtidos pela RBA, o programa que mais perdeu verba para investimento foi o Escola da Família (-99,9% – com orçamento de R$ 10 para este ano). Na sequência dos que mais perderam estão os Centros de Estudos de Línguas (-42,86%), as ações de cooperação estado-município para construção de unidade escolares (-34,34%) e o atendimento especializado de alunos da educação básica (-14,71%).

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Entre 2011 e 2013, havia dois itens no orçamento que contemplavam investimentos para obras na rede física escolar: "obras de expansão na rede física escolar" e "reformas e melhorias em prédios escolares" que, em 2013, ficaram com R$ 236.525.648,00 e R$ 180.790.661,00.
No entanto, nenhum dos itens recebeu verba em 2014. Neste ano, foi criada uma nova cláusula, chamada “construção e ampliação na rede física escolar”, que ficou com orçamento de R$ 268.813.465,00, segundo o Sigeo. 
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'Em qualquer visita a uma escola a gente vê que elas precisam de reforma e compra de equipamento', diz especialista
“Em qualquer visita a uma escola a gente vê a necessidade que elas têm de obras estruturais e de compra de equipamento: são salas de informática com poucos computadores e laboratórios que, na verdade, não são salas comuns”, diz Marcelino.
Problemas como estes são enfrentados na Escola Estadual João Sarmento Pimentel, em São Mateus, na zona leste da capital paulista. “Temos uma estrutura insuficiente. São só oito salas e uma biblioteca muito pequena. Isso nos prejudicou para sermos selecionados para o programa Mais Educação (iniciativa do governo federal que repassa recursos para as escolar funcionarem em tempo integral). Não temos espaço para adaptarmos salas ambiente”, lamenta o professor de sociologia, Anderson Nogueira, que leciona há três anos na unidade.
"Os muros da escola são muito baixos e qualquer pessoa entra na quadra. Estamos em um local com muitos problemas sociais e alguns vizinhos acabavam indo lá dentro para usar drogas. O professor de educação física deixava de dar aulas para evitar conflitos”, diz.
O mesmo problema ocorre na Escola Estadual Major Cosme Faria, no Jardim Aurora, também na zona leste. “Há dois anos, reivindicamos o aumento dos muros. Qualquer um consegue pular. Além disso, o fundo do prédio não tem nem calçadas. As crianças vão para as aulas andando pela rua. A escola está cheia de problemas”, lamenta a mãe de um aluno do 2º ano do ensino médio, Márcia da Silva.
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Teto de escola na zona leste corre o risco de desabar e é sustentado por ripas de madeira
Lá, porém, há outro agravante, que depende da verba de manutenção: parte do teto da escola corre o risco de desabar e está sustentado apenas por ripas de madeira, como mostra foto obtida pela Apeoesp. “Nós ficamos dias sem aula por causa desse problema. Agora, eles colocaram um tapume para impedir a passagem e quatro banheiros químicos. Não sei se já começaram a arrumar”, conta L.R, aluno do 6º ano. “Nós moramos muito longe. Vínhamos até aqui, pagávamos as passagens e, quando chegávamos, não tinha aula”, lamenta a mãe do estudante, Helena Rodrigues.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

CPIs de fachada trancam investigações no Legislativo do Governo Alckmin

Comissões Parlamentares de Inquérito que não apresentam relatório final demonstram ‘submissão’ da Assembleia Legislativa ao governo Alckmin, diz deputado petista
São Paulo – As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo têm sido usadas pela base do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para impedir que investigações que atinjam o governo sejam realizadas. De 15 CPIs iniciadas nesta legislatura (2011-2015), apenas quatro foram concluídas. Seis comissões foram encerradas sem relatório final – quatro destas nem elegeram presidente – e uma foi suspensa pela Justiça. Das quatro que estão ativas hoje (26), duas não tiveram sequer o presidente eleito e as duas que têm coordenação realizaram poucas reuniões.
O líder do PT na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Marcolino, vê isso como uma estratégia combinada entre o governo Alckmin e sua base no legislativo. “Desde o primeiro dia da legislatura, em 15 de março de 2011, a bancada do governo protocolou diversos pedidos de CPI, com temas diversos. Alguns deles nem têm a ver com a ação do legislativo. É justamente para trancar a pauta”, afirmou.
Com isso, outras investigações ficam travadas, como o pedido de CPI para investigar os contratos e lucros dos pedágios nas estradas paulistas, feito em outubro de 2011.
Dentre as comissões iniciadas nesta legislatura, estão investigações para apurar “os problemas relacionados com o consumo de gordura hidrogenada ou gordura trans, presentes principalmente nos alimentos industrializados” e “investigar empresas de telemarketing, com o objetivo de se evitar o abuso dessa prática ao consumidor de forma constrangedora”.
Além de temáticas inusitadas, nenhuma delas apresentou um relatório final ou mesmo elegeu presidente e acabaram extintas por ato da presidência da Assembleia, em 12 de agosto do ano passado, cinco meses após terem sido iniciadas.
No mesmo caminho, foram as CPIs dos Serviços Odontológicos e da Pesca Predatória, extintas sem eleger presidente e sem conclusão, do Parcelamento ‘sem juros’ e do Consumo Abusivo de Álcool, que elegeram presidentes – Celino Cardoso e Cauê Macris, respectivamente, ambos do PSDB – mas também acabaram sem apresentar relatório.
Até agora, também vão por esse caminho as CPIs da Eletropaulo, iniciada em 15 de outubro de 2013, e da Compra e Venda de Ingressos, de 15 de agosto do mesmo ano, que também não elegeram presidentes.
“O objetivo é obstruir qualquer CPI que possa, de fato, investigar algo no estado. O papel delas não é fazer nenhum tipo de apuração”, acusou Marcolino.
CPIs de fachada trancam investigações no Legislativo do Governo Alckmin ( PSDB )
O presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Barros Munhoz (PSDB), não retornou o pedido de entrevista da RBA. A assessoria de imprensa dele informou apenas que não cabe ao presidente da Casa controlar os trabalhos de uma CPI e que se segue o regimento interno: 32 assinaturas para acatar um requerimento e a CPI entra na fila. Somente cinco comissões podem atuar ao mesmo tempo. Sobre as que terminam sem relatório de conclusão: “isso deve ser explicado pelos respectivos presidentes”.
Atualmente, somente duas comissões estão com trabalhos em andamento. A CPI do Desaparecimento de Pessoas realizou quatro reuniões desde 15 de agosto do ano passado, sob a presidência do deputado José Bittencourt (PSD). Esta inclusive, é a única comissão não presidida por um deputado tucano nesta legislatura. Mesmo assim, o PSD faz parte da base de apoio de Alckmin.
Já a CPI da Violência Contra as Mulheres, realizou apenas duas reuniões, sendo uma delas para eleger o presidente, o deputado Fernando Capez (PSDB), e outra para definir a pauta dos trabalhos, que não foi levada adiante. No último dia 18, a comissão retomou os trabalhos prorrogando os trabalhos por mais 60 dias.
A RBA tentou contatar os deputados que presidem ou presidiram CPIs na Assembleia nesta legislatura, sem sucesso.
A comissão que analisaria a situação salarial de médicos que trabalham para planos de saúde privados, criada em 23 de março de 2011, foi suspensa por determinação da Justiça, em uma ação movida pelo PT, que considerou o tema inadequado para apreciação de uma CPI. “Este trabalho devia ser feito pela comissão temática adequada, como relações de trabalho ou saúde”, explica Marcolino.
Já as investigações que apresentaram relatórios de conclusão foram a CPI do Ensino Superior (7 de dezembro de 2011), a da TV por Assinatura (6 de março de 2012), a da Reprodução Assistida (5 de dezembro de 2012) e a da Cartelização do Mercado de Auto Peças (7 de outubro de 2013). Todas elas também eram presididas por deputados tucanos, o que demonstra o controle do partido do governador sobre as investigações.
Assembleia tucana
A Assembleia Legislativa de São Paulo é composta por 96 deputados estaduais. Destes, somente 25 – 22 deputados petistas, dois do PCdoB, um do Psol – se colocam como opositores ao governo de Geraldo Alckmin. O que significa uma relação de 74% de apoio, contra 26% de oposição. “Isso torna muito difícil conseguir as 32 assinaturas necessárias para abrir uma CPI. E depois para organizar os trabalhos, pois a maioria da comissão sempre vai ser governista”, explica Marcolino.
Conseguir as assinaturas, por exemplo, é a atual barreira à instalação da CPI para apurar a corrupção no Metrô e nos trens paulistas. A oposição conseguiu, até agora, 29 assinaturas para pedir a instalação de uma CPI. Faltam quatro, que precisarão ser obtidas entre deputados governistas. E este não é um problema da atual legislatura.
De acordo com o relatório final da CPI instalada para investigar denúncias de fraudes em licitações para a construção de casas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), de 5 novembro de 2009, a oposição aos governos tucanos não conseguia emplacar uma CPI havia uma década. “A CPI da CDHU foi a primeira CPI instalada de todas as que foram requeridas pela oposição nestes últimos 10 anos”, diz um trecho do documento, cuja relatoria foi do deputado Roberto Morais (PPS).
Porém, ela não conseguiu ser mais desenvolvida que qualquer outra comissão nos últimos anos, como diz o próprio documento. “O que se pode concluir é que a CDHU, assim como outros entes do governo estadual, representa uma verdadeira caixa preta de onde pouco ou quase nada se consegue extrair. A CPI da CDHU, infelizmente, mimetizou o processo investigativo. Em outras palavras, fez de conta que investigou para tentar, assim, atestar a idoneidade de irresponsáveis gestores públicos em detrimento da defesa do erário”.
A presidência da comissão ficou a cargo do deputado José Augusto (PSDB). O que contradiz uma premissa da casa – não regimental – de que o autor do requerimento para instalação de uma CPI fica responsável por conduzi-la. A investigação sobre a CDHU foi pedida pelo hoje ex-deputado Mário Reali (PT).
No último dia 3, uma nova CPI foi aberta na Assembleia, sob pedido da oposição. A apuração sobre as causas e as responsabilidades pelo desmoronamento de 450 mil toneladas de lixo do Aterro Pajoan, situado no município de Itaquaquecetuba, ocorrido em 25 de abril de 2011. O incidente interditou estradas e atingiu riachos que desaguam no sistema de abastecimento do Vale do Paraíba. Ainda não houve eleição do presidente e os trabalhos não têm data para começar. Mas, em ano eleitoral, parece improvável uma mudança no padrão.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Governo Alckmin gastou mais com publicidade do que com educação e segurança

 Governo Alckmin(PSDB)  gastou mais com publicidade do que com educação e segurança
Por Brasil Econômico - Gilberto Nascimento 
O governo do Estado de São Paulo gastou em 2013 com publicidade R$ 238 milhões, segundo o portal Transparência. Este valor é duas vezes o total pago em investimentos na Secretaria de Educação do Estado (R$ 110 milhões). É mais do que os investimentos pagos, somados, nas secretarias de educação e segurança (R$ 108 milhões). Os valores não estão corrigidos. A Liderança do PT na Assembleia paulista encaminhará hoje ao secretário da Casa Civil, Edson Aparecido, pedido de informações sobre os critérios utilizados para a distribuição de recursos da publicidade oficial. O maior gasto foi justamente na Casa Civil: R$ 191 milhões. Segundo os números do PT, as despesas de publicidade do governo cresceram 141%, entre 2011 e 2013, saltando de R$ 99 milhões para R$ 238 milhões.
Nessa conta não estão incluídas os gastos de empresas independentes, como o Metrô, a Sabesp e a Dersa. O líder petista Luiz Cláudio Marcolino quer saber quem são os destinatários desses recursos, desde 2007, e se houve gastos de publicidade em publicações de circulação nacional. Pedidos de informações serão encaminhados também para o Metrô, Sabesp, Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos. Em 2005, no terceiro ano da gestão anterior de Alckmin, foram gastos com publicidade R$ 67,5 milhões. No terceiro ano agora, houve um acréscimo de R$ 176 milhões. “Os gastos nada mais são do que uma tentativa de sobreviver a uma avaliação negativa da gestão pública”, diz Luiz Marcolino, líder do PT na Assembleia.
Professor aponta o poder das agências
Especialista em finanças públicas, o professor da Universidade de São Paulo (USP) Adriano Biava diz que o critério de pagamento do governo estadual revela quais são as prioridades da gestão. “Fica claro que as empresas de comunicação e propaganda têm um alto poder de barganha, ainda mais se considerarmos que estamos dentro de um ano eleitoral”, diz. Ele destaca que a ordem para efetuar os pagamentos não é decidida com base em critérios técnicos. O que não é pago em um ano fica como restos a pagar para o período seguinte. Procurada, a assessoria de comunicação do Palácio dos Bandeirantes não quis comentar.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Na surdina, governo do Estado aumenta tarifa de ônibus intermunicipais

Passagens tiveram alta de até 7,24%; nenhum órgão de imprensa nem as empresas ou a agência que regulamenta o serviço deram a informação com antecedência
Por Redação
Na surdina, governo do Estado aumenta tarifa de ônibus intermunicipais
Usuário perdeu oportunidade de economizar (foto: Wikimedia Commons)
Está valendo desde a zero hora deste domingo (16) o aumento das tarifas de ônibus intermunicipais rodoviários, das linhas suburbanas e rodoviárias. Nas linhas rodoviárias a alta foi de 6,54% e nas linhas suburbanas, de 7,24%. O aumento foi aprovado pela Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo). Não houve ampla divulgação do aumento, impedindo que passageiros que usam com frequências as linhas pudessem adquirir os bilhetes com antecedência antes da alta. O sistema permite ao usuário adquirir passagens até com um ano de antecedência.
O aumento foi publicado no “Diário Oficial do Estado de São Paulo” no último dia 7 e no site da Artesp no dia 13 (quinta-feira). Mas não houve nenhuma recomendação para que as empresas que operam as linhas divulgassem a alta, o que permitiria uma economia aos usuários. Os jornais também não tinham, até o domingo (16), dado nenhuma informação. Apenas o portal G1 tinha dado a notícia, mas em seu canal para a região de Santos, e por volta de 16h, apenas oito horas antes de o reajuste começar a valer.
Segundo a Artesp, “o cálculo do reajuste representa a recomposição de custos operacionais entre agosto de 2012 e dezembro de 2013. Foram consideradas as variações de diversos itens como os salários da categoria reajustados em cerca de 8% e o custo do óleo diesel que subiu 15%”. O Sistema de Transporte Intermunicipal conta com 631 linhas rodoviárias e 431 suburbanas.
Segundo a Rede Brasil Atual, o aumento motivou a organização de um ato, marcado para esta terça-feira (18), na cidade de Votorantim. Os organizadores reclamam da elevação da tarifa de R$ 2,80 para R$ 3 nas viagens entre a cidade e Sorocaba. No texto do evento criado para divulgar a manifestação no Facebook, eles afirmam que “enquanto a passagem aumenta a qualidade dos serviços diminui”. A alta não atinge as linhas que operam na região metropolitana, administradas pela EMTU.
FOnte:spressosp

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Alckmin desrespeita das Leis de trânsito e coloca a culpa em Haddad

O brasão da chapa do carro é do GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO. O Alckmin desrespeita as leis e seus capangas colocam a culpa no Haddad. Esse é o jeito PSDB de fazer política. CUIDADO não seja idiota, forme sua opinião sobre fatos verdadeiros!

Alckmin desrespeita das Leis de trânsito e coloca a culpa em Haddad

créditos Miriam Carabetti

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Precisou o filho ser assaltado, para Alckmin descobrir que o local é ponto de roubo

Olhe só o quanto a política de segurança pública vai mal no estado de São Paulo, após 20 anos de gestão tucana.
Não é novidade nenhuma as ferramentas de inteligência policial que mapeiam as estatísticas de ocorrências de crimes em cada ponto da cidade para distribuir o policiamento ostensivo, reforçando onde mais precisa. Mas o episódio em que tentaram assaltar o filho do governador Geraldo Alckmin (PSDB) mostra que o governo paulista está usando mal os recursos que existem.
O crime ocorreu na rua Professor Alcebíades Delamare, e o local é um conhecido ponto de roubos, segundo a vizinhança. Thomaz Alckmin, o filho do governador, teve seu carro fechado, de onde saíram quatro homens armados que o cercaram. Os policiais da viatura policial que fazia a escolta logo atrás, saíram e deram voz de prisão. Começou o tiroteio e os bandidos fugiram.
Um vigia noturno que trabalha na vizinhança, ouvido pelo jornal Folha de São Paulo, afirmou que o trecho é ponto de assaltos a motoristas. "É direto. Quase todo dia (...) Para mim, era um assalto como outros que já aconteceram", disse sobre a ocorrência com o filho do governador. Um jardineiro disse que assaltantes de moto atacam motoristas quando o sinal é fechado. Disse que uma equipe da PM que ficava parada naquele ponto não fica mais.
Em vez de usar mais inteligência e logística policial, o governo Alckmin opta por pagar uma gorjeta chamada bônus aos policiais de delegacias ou batalhões onde há redução nas estatísticas de crimes. Na teoria a ideia pode não parecer tão ruim, mas na prática o que ocorre quase sempre é o aumento da subnotificação. Muitos policiais evitam o quanto podem registrar ocorrências em sua áreas de atuação. Em caso de crimes menores, os cidadãos chegam a ser dissuadidos de dar queixa. O resultado é o pior possível, pois as estatísticas ficam totalmente fora da realidade, prejudicando o planejamento da inteligência policial.
Outro efeito colateral indesejado deste tipo de política de remunerar através de bônus é o incentivo indireto à corrupção policial. Quando o próprio governador incentiva dar uma "caixinha" para os policiais fazerem o seu trabalho, abre as portas para a cultura de aceitarem propinas, seja para não registrarem crimes, seja operando extraoficialmente, como agem os esquadrões da morte e milícias. Afinal, se a questão é só financeira, desta forma um mau policial ganhará dos dois lados. Propina para não registrar crimes e bônus pelas estatísticas terem se reduzido.
Polícia é carreira de estado para servir à cidadania, lidando com uma coisa muito sensível que é a proteção à vida. Não comporta pagamento por suposta produtividade, como se paga comissões sobre vendas.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Internauta desmente Alckmin. Gravou flagrante de falhas no Metrô


O governo Geraldo Alckmin (PSDB-SP) colocou culpa no povo pela falha no metrô que provocou o caos na noite de segunda-feira, no horário em que os trabalhadores voltavam para casa.

O governador tucano deveria assumir responsabilidade pelo trensalão, que deixou o metrô precário. Se o dinheiro desviado tivesse sido aplicado em equipamentos e de qualidade, o sistema estaria bem melhor e maior.

O governo Alckmin contou uma mentira ao dizer que um defeito que seria corrigido em minutos, acabou demorando horas pela "ação de vândalos", chamando todo o povo de vândalos.

Um passageiro que estava dentro de um trem parado, gravou com seu celular a situação. Passageiros passando mal com o calor e lotação. Sistemas de comunicação sem funcionar. Os passageiros sem qualquer assistência e sem saber o que estava se passando, sem previsão de retorno à normalidade. Mesmo assim, até aquele momento estavam todos tranquilos.

Foi a falta de informação aos passageiros e a demora em resolver os problemas que os levou a descerem e andarem pelos trilhos até a próxima estação. E a partir daí não havia como os trens circularem.

Para piorar o desrespeito, o metrô só devolveu o bilhete. Quem precisa de dinheiro para pegar outra condução no lugar do Metrô iria fazer o quê?

Leia também na RBA:

Ministro, que tal discutir o caso Alstom/PSDB?

Os governos do ex-governador José Serra e do atual, Geraldo Alckmin, estão envolvidos, segundo o Ministério Público

Gilmar Mendes é uma pérola.

Hoje a imprensa noticiou: "Ministro do STF defende investigação sobre doações a petistas".
 
Segundo o portal Terra, o único dos atuais ministros do STF indicado por FHC teria declarado:
 
"Essa dinheirama, será que esse dinheiro que está voltando é de fato de militantes? Ou estão distribuindo dinheiro para fazer esse tipo de doação? Será que não há um processo de lavagem de dinheiro aqui? São coisas que nós precisamos examinar. E se for um fenômeno de lavagem? De dinheiro mesmo de corrupção? As pessoas são condenadas por corrupção e estão agora festejando coleta de dinheiro. É algo estranho".
 
Não surpreenderá se Gilmar Mendes propuser ao Ministério Público que denuncie por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro todos os envolvidos nas campanhas de solidariedade aos condenados da AP 470.
 
Basta para isso evocar o argumento do "domínio do fato".
 
Algo assim: “Se arrecadaram tanto dinheiro, então devem ser corruptos. Só pode ser corrupção. Afinal, eles são do PT”.
 
Dou o braço a torcer: esse aí pelo menos é coerente. Age agora exatamente da mesma forma como agiu no julgamento da AP 470.
 
É compreensível que o ministro Mendes esteja surpreendido. Afinal, ele não tem ideia do que seja militância.
 
Mas ele já deveria saber.
 
E por que deveria saber? Quando estourou o escândalo do "mensalão", Gilmar Mendes e seus correligionários tinham total certeza de que Lula sangraria e que, de tanto sangrar, perderia no pleito de 2006. Como sabemos, Lula venceu.
 
O que tem isso a ver com as campanhas de solidariedade a Genoíno e Delúbio? Segundo o historiador Lincoln Secco, “a militância do PT salvou o partido” no episódio do “mensalão”(Lincoln Secco, História do PT, p.233).
 
O que estamos vendo ocorrer novamente e que deixou o ministro Gilmar Mendes estupefato é a militância do PT entrando em cena.
 
No fundo, a estupefação de Gilmar Mendes esconde na verdade a incompetência de um setor da política brasileira, à qual Mendes é filiado e da qual faz o papel de porta-voz (vejam vocês, como faltam quadros na direita!). Eles não mobilizam ninguém. Eles não sabem o que é mobilização. Eles não têm militância.
 
Agora, cá entre nós: estranho mesmo é um ministro do STF pronunciar-se sobre campanhas que foram noticiadas à exaustão – inclusive pela mesma imprensa que fez campanha aberta e descarada pela condenação dos acusados -, e não tenha feito sequer uma declaração sobre o caso Alstom.
 
Todo mundo sabe que o ministro que concedeu habeas corpus para o Dr. Daniel Dantas sente um gosto especial por aparecer na mídia. Alguns de seus colegas também. Mas, reconheçamos: esse aí é seletivo. Quando se trata dos amigos tucanos, ele se transforma num ministro discreto, recatado… mudo.
 
O silêncio do ministro Gilmar Mendes torna-se mais estranho quando se depara com o fato de que o caso de corrupção no metrô de SP envolve figuras cujo foro é o STF.
 
E o caso Alstom, ministro? E o envolvimento de figuras públicas do seu partido do coração nesse caso? E o envolvimento do atual governador e ex-governadores do PSDB nesse caso? Para onde foi o dinheiro, ministro? "E se for um fenômeno de" financiamento de campanhas do PSDB paulista? "A sociedade precisa discutir isso", ministro Gilmar Mendes.
 
Pano rápido: e falando do caso Alstom, a pergunta que não quer calar é: será que haverá “domínio do fato” no julgamento desse caso? Com a palavra, Gilmar Mendes.
 
Antônio David é pós-graduando em Filosofia pela FFLCH/USP.
Fonte :Carta Maior

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Encolheu de novo a lista de estações de metrô que Alckmin ia entregar

Depois de programar inaugurar hoje a estação Adolfo Pinheiro, na Linha 5 – Lilás, do metrô na Zona Sul, o governador tucano Geraldo Alckmin foi obrigado a cancelar a festa programada para o ato neste ano em que ele tenta a reeleição para ser governador de São Paulo pela 4ª vez. O governo do Estado cancelou a festa e adiou a abertura da estação sem nova data para entregá-la.
De acordo com nota divulgada pela Companhia do Metropolitano da capital o adiamento ocorre porque o Corpo de Bombeiros pediu mais segurança para a estação. Mas o metrô ainda não detalhou essas exigências. A nova data de abertura da parada ainda não foi divulgada.
Repórter de O Estado de S.Paulo que esteve no canteiro de obras há três dias conta na edição de hoje do jornal que “ainda havia muita coisa a fazer, como a conclusão das portas de plataforma de um lado inteiro dos trilhos – uma estrutura complexa de 132 metros de extensão. No nível da rua, boa parte do terreno onde foi escavada a parada ainda não tinha recebido nenhum trabalho de paisagismo, deixando a terra exposta à intempérie.”
“Além disso – prossegue o relato -, em uma das entradas, faltavam muitos dos painéis de vidro que vão compor a cobertura. Do lado de dentro, operários montavam escadas rolantes e forros, além de checar a fiação. Restavam ser instalados os mapas de localização na plataforma onde as barreiras de vidro estão colocadas. Duas placas de vidro que funcionam como guarda-corpos, no mezanino, onde ficam as bilheterias e as catracas, estavam trincadas. O Metrô foi questionado, mas não informou quanto custa cada uma dessas peças, que precisarão ser substituídas.”
A Adolfo Pinheiro seria a 1ª estação entregue pelo governo Alckmin desde setembro de 2011, quando foram abertas as áreas complementares da República e Luz, na Linha 4-Amarela. Na última 3ª feira, quando a lista de estações prometidas por Alckmin em campanhas eleitorais encolheu pela 1ª vez (de 11 para 8 estações até o final deste ano nas Linhas 4-Amarela e 15-Prata), a Adolfo Pinheiro foi  relacionada pelo governador como uma das oito que seriam entregues.
Recentemente o governo Geraldo Alckmin veiculava um anúncio na TV dizendo que faz o maior investimento do mundo em rede de metrô – afirmação que o governador repete à exaustão, também, em entrevistas. Agora, em relação a estação Adolfo Pinheiro, sabe Deus, quando será aberta, embora Alckmin na certa irá tentar entregá-la antes do meio do ano quando se inicia o período de campanha eleitoral e ele fica impedido de participar de atos dessa natureza.
Fonte:Blog do Zé