Governo Alckmin divulga salário bem acima do que cai na conta bancária de professores de São Paulo. Em atitude covarde contra os profissionais, salários foram maquiados no Portal da Transparência
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Depois de negar greve que completa 60 dias, Alckmin ‘aumenta’ salário dos professores em banco de dados (divulgação)
O Sindicato dos Professores do Ensino
Oficial de São Paulo (Apeoesp) denunciou ontem (12) manobras do governo
de Geraldo Alckmin (PSDB) para tentar convencer a opinião pública de que
os docentes estaduais recebem salários médios de R$ 4.600.
De acordo com a Apeoesp, o Portal da Transparência estadual informa
salários dos professores pagos em abril acima do que eles realmente
recebem. “A cada minuto, mais e mais professores e professoras procuram a
Apeoesp ou divulgam nas redes sociais mensagens denunciando que não
recebem os valores que são declarados pelo governo estadual”, explica a
presidenta da entidade, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.É o caso de um professor de escola do interior, que teve aqui seus dados pessoais apagados. Pelo portal, ele recebeu em abril um salário líquido de R$ 3.009, 27, quando seu holerite indica R$ 1.489,85.
Segundo ela, o governo está declarando no Portal salários dos professores com a adição de bônus pagos neste mês de abril. “Isso faz parecer que os professores recebem salários muito maiores do que aquilo que efetivamente recebem mês a mês. Ora, bônus não é salário”, afirma.
Confira aqui mais casos de professores com salários maquiados
O bônus, conforme explica, é um valor pago de uma única vez – neste ano dividido em duas parcelas, uma paga em em abril e outra em setembro. “O cálculo, questionável, é feito com base na avaliação do rendimento escolar dos alunos e que beneficia de forma diferenciada uma parte dos professores. Por isso, jamais poderia ser declarado no Portal da Transparência agregado aos salários da nossa categoria”.
A questão está sendo examinada pelo departamento jurídico da Apeoesp, que estuda possibilidade de acionar judicialmente o governo. “É mais um abuso do governo do estado de São Paulo contra os professores, para ludibriar a opinião pública e tentar, de maneira truculenta, minar a nossa greve”.
Portal da Transparência:
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Holerite:
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