Reunidos na Assembleia Legislativa de São Paulo entre a segunda-feira, 21, e a terça-feira, 22, os prefeitos de São Paulo preparam uma carta com reivindicações ao governo do Estado. Uma das principais questões debatidas pela Marcha Paulista em Defesa dos Municípios é a segurança pública. Antes do evento, a prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Vera (PSD) e o prefeito de Várzea Paulista, Eduardo Pereira (PT), já haviam explicado que esta seria uma das principais pautas levantadas pelo movimento.
Na abertura do encontro, o prefeito de Guarulhos, Sebastião Almeida (PT), definiu a questão da segurança como “um tema que aflige todas as cidades. As cidades sofrem hoje com o problema da segurança, as cidades sofrem com a falta de efetivo da polícia, as cidades sofrem com a ausência de viaturas, sofrem por não ter bases da PM espalhadas principalmente nas regiões mais periféricas da cidade e isso acaba gerando uma situação de insegurança muito grande. Por outro lado, os municípios reclamam, com toda razão, que muita coisa do Estado quem tem que pagar é o município. É o aluguel de um equipamento do estado, é a cessão de uma viatura, conserto de uma viatura da polícia”, relatou. Os gastos de Guarulhos que, segundo ele, deveriam ser do Estado, chegam a R$ 6 milhões por ano. Almeida diz que com isso o município deixa de fazer coisas que seriam de sua competência.
O secretário de Desenvolvimento Metropolitano do Estado, Edson Aparecido (PSDB), defendeu a atuação do governo na segurança. “Quando assumimos o governo do Estado em 1994, o orçamento com segurança pública era em torno de R$ 2 bilhões. Hoje ultrapassa R$ 25 bilhões. Fizemos todo o processo de reformulação do sistema prisional. a unificação das polícias, o investimento que foi feito. É evidente que cada município acaba se organizando para ter uma ação nessa área”, afirmou. Ele defendeu que os municípios e o Estado façam parcerias para solucionar o problema.
Para o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), não basta aumentar o efetivo da polícia nas ruas. “O problema da segurança é muito mais complexo que isso. Nós vamos colocar um policial na frente de cada casa e não vai resolver. Enquanto tiver produzindo criminalidade, a polícia na verdade ela é só um paliativo, atua na consequencia, não na causa. Sou a favor de reforçar, mas a questão da segurança é muito mais complexa. Quais são as causas da criminalidade? Cidades onde você tem um grande número de pobreza e de riqueza, é violência na certa. Você tem que equalizar. Na minha cidade, nós mudamos a lei de zoneamento, uma briga danada com o pessoal da construção civil. Não pode ter, como em São Paulo, bairros muito pobres muito distantes e as coisas boas acontecer só nos Jardins. Esse modelo de cidade não serve. Isso gera violência. Porque você tem desigualdade. Você precisa ter classe média em todos os lugares, precisa ter comércio, precisa equalizar a cidade. Construção das cidades é um grande fator de segurança pública”, ensina.
Fonte: Estadão
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