Total equivale a 30% do gasto da União; auge foi na 2ª metade do governo Serra, quando ele era candidato a presidente
Entre 2007 e 2011, o governo do
PSDB do Estado de São Paulo gastou R$ 608,9 milhões com publicidade. O
valor equivale a cerca de 30% do total gasto pela União no período. Ou
seis vezes o investimento da Secretaria da Cultura em 2011.
Os dados foram obtidos pela
Folha com base na Lei de Acesso à Informação. Um conjunto de planilhas
mostra, ano a ano, o quanto foi investido em cada veículo de
comunicação. Os valores, corrigidos pela inflação pela reportagem,
tratam apenas das secretarias. Não computam a publicidade de fundações,
autarquias e estatais, como o Metrô e a Sabesp.
O auge dos foi em 2009 e 2010,
quando o então governador José Serra (PSDB), que hoje disputa a
prefeitura, era candidato a presidente. Em 2009, foram R$ 173 milhões em
anúncios, quase o triplo de 2007, início de sua gestão.
Em 2010, o desembolso total
recuou 9%. Mas considerando a norma que proíbe publicidade estatal nos
três meses que antecedem a eleição, a média dos nove meses permitidos de
2010 acabou sendo o recorde dos cinco anos: R$ 17,6 milhões por mês.
No primeiro ano do atual mandato
de Geraldo Alckmin (2011), o gasto anual caiu 55% em relação a 2010.
Ainda assim, foi 17% maior que 2007.
Dos R$ 608,9 milhões gastos em
cinco anos, quase 70% pagou anúncios para TVs. Rádios de mais de 200
municípios levaram 17,1%. Em seguida aparecem os jornais (7,7%) e as
revistas (2%). Outros tipos de mídia captaram 3,5%.
As emissoras com sinal aberto da
Globo (capital e afiliadas) foram destinatárias de R$ 210 milhões,
49,5% de total em TVs. Pelo Ibope, porém, elas tiveram audiência sempre
abaixo disso. A proporção de aparelhos ligados na Globo caiu de 41%, em
2007, para 38%, em 2011.
Entre os jornais, a Folha
aparece como o segundo veículo em destinação de anúncios, com R$ 4,4
milhões. O "Estado de S. Paulo" está associado a valores que totalizam
R$ 4,7 milhões. As revistas da Folha ("sãopaulo" e "Serafina") somam R$
172 mil.
A assessoria do governo disse
que não considera 2010 como ano de maior gasto, pois não reconhece a
aferição da média mensal, já que o Orçamento do Estado é anual.
Afirmou que a publicidade "se
justifica pela necessidade informar a população sobre programas e
serviços, como campanhas de vacinação, prevenção [...] entre outros".
Sobre a Globo, sugeriu que a
emissora recebeu mais que seu padrão de audiência porque teria veiculado
uma proporção maior de anúncios em horários em que sua audiência é
maior que sua média.
AGÊNCIAS
Nem todo o dinheiro do governo
gasto com publicidade remunera os veículos. Conforme as regras do setor,
20% do valor de cada anúncio fica com a agência contratada pelo
anunciante.
No caso paulista, a principal
agência responsável por anúncios do governo é a Lua Propaganda,
vencedora de uma licitação de 2007. As outras são a Adag e a Contexto.
Titular de um contrato estimado
em R$ 34,6 milhões por ano (a remuneração é variável pois depende de
quanto é anunciado), a Lua está registrada no nome do publicitário
Rodrigo Gonzalez e três sócios. Rodrigo é filho de Luiz Gonzalez, o
marqueteiro das campanhas eleitorais de Serra e Alckmin.
Além da conta principal do
governo, a Lua ainda responde pela publicidade da Dersa (empresa
rodoviária do Estado) e do Nota Fiscal Paulista, programa vitrine do
governo tucano. Na Folha
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