quinta-feira, 30 de junho de 2011

Em cargo decorativo, José Serra só faz o que o Aécio Neves manda

aecio neves mandando em José SerraNotícia publicado no jornal Folha de São Paulo. Na primeira reunião do Conselho Político do PSDB sob a presidência do ex-governador José Serra, o tucano sugeriu que o partido divulgue uma dura análise de conjuntura contra o atual governo. O texto inicial produzido pelo próprio Serra afirma que o País está “sem rumo claro” e é dirigido com hesitação quando se trata de questões econômicas. A proposta será submetida ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), que ontem não estava presente na reunião, e a versão final será divulgada apenas amanhã, por orientação de Serra.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que será homenageado hoje de manhã pelos 80 anos completados no dia 18 passado, em solenidade preparada pelo PSDB no auditório Petrônio Portela do Senado, também participou da reunião. Indagado sobre o documento acordado pelos conselheiros, Fernando Henrique disse que aprovou o tom “objetivo” adotado e acrescentou: “Eu sigo o Serra”. Bem-humorado, destacou que o conselho não personalizou críticas a ninguém e encerrou a entrevista: “Agora chega. Vocês querem que eu fale mal da minha presidenta?”
Sérgio Guerra definiu a primeira manifestação do conselho como “uma crítica mais organizada ao conjunto do governo”.
Quando os jornalistas insistiram em saber de Fernando Henrique como o governo petista tem tratado a herança deixada por ele, o ex-presidente respondeu: “Como em toda herança, você pode perdê-la ou aumenta-la. Algumas coisinhas foram perdidas, e em outras houve ganho. É natural, assim é a vida”.
Combatividade. Serra defendeu a tese de que o PSDB seja preparado para tornar-se um partido “mais combativo em todo o Brasil” e observou que ainda falta “avançar muito” nesse quesito. Por isso mesmo, a ideia é que o Conselho Político se reúna a cada dois meses e apresente análises de conjuntura como a que será divulgada amanhã. Todos os documentos produzidos pelos conselheiros deverão ser enviados aos diretórios estaduais do PSDB para que sejam debatidos pela militância em todo o País. “Temos de politizar mais as ações partidárias”, disse Serra.
Quem representou os governadores no conselho foi Marconi Perillo, de Goiás. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que participa do colegiado na condição de ex-candidato a presidente, apresentou proposta de criação de um “gabinete-sombra” para acompanhar e fiscalizar as ações do governo, mas destacou que nomear 40 técnicos para acompanhar cada ministério seria um exagero. “Teremos uma equipe organizada por setores centrais que vão nos balizar para o partido fiscalizar o governo e atualizar suas políticas”, anunciou Guerra ao fim do encontro.
Fonte:http://osamigosdobrasil.com.br/2011/06/30/em-cargo-decorativo-jose-serra-so-faz-o-que-aecio-manda/

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pedagiotagem: Alckmin descumpre promessa e pedágio sobe em SP

pedágios de SP de Alckmin e Serra
Pedágio das estradas paulistas, que já é o mais caro do país, sobe 9,77% a partir do dia 1o de julho.
Por Cecilia Mantovan, Portal Linha Direta, com Rede Brasil Atual

As altas tarifas de pedágios nas estradas do Estado de São Paulo estiveram entre as principais pautas dos debates dos candidatos ao governo estadual na eleição de 2010. Enquanto o então candidato petista Aloizio Mercadante afirmava que era possível reduzir as tarifas, baseado em estudos, o candidato tucano, Geraldo Alckmin, foi praticamente obrigado a prometer a revisão e a redução dos custos devido à pressão popular e ao crescimento do candidato do PT nas pesquisas.


Mesmo com essa promessa, os pedágios paulistas serão reajustados, a partir do dia 1º de julho, em 9,77%. Diferentemente do ano passado, os rejustes serão arredondados de R$0,10 em R$0,10.

Em sua primeira entrevista coletiva no cargo, em janeiro deste ano, Alckmin afirmou que as mudanças aconteceriam nos primeiros 12 meses de sua gestão e que estava realizando estudos para a criação de um índice específico para os pedágios.

Clique e veja o link para o Pedagiômetro, mecanismo que mede o quanto está sendo arrecadado em tempo real nos pedágios das estradas paulistas (http://pedagiometro.com.br/).
Veja os novos valores que os paulistas pagarão pelos pedágios de Alckmin e Serra

Rodovia
    Tarifa
Rodovia dos Imigrantes
R$ 20,10
Via Anchieta
R$ 20,10
Rodovia Washington Luis
R$ 12,40
Rodovia Antônio Machado Sant´Ana
R$ 11,00
Via Anhanguera
R$ 10,30
Rodovia Engº. Ermênio de Oliveira Penteado
R$ 10,10
Rodovia Carlos Tonanni
R$ 10,00
Rodovia Pres.Castello Branco
R$ 9,90
Rodovia Cônego Domênico Rangoni
R$ 9,40
Rodovia Gov. Dr. Adhemar Pereira de Barros
 R$ 9,10
Rodovia Pres.Castello Branco
R$ 8,50
Rodovia Com. João Ribeiro de Barros
R$ 8,40
Rodovia Raposo Tavares
R$ 8,40
Via Anhanguera
R$ 8,40
Rodovia Washington Luis
R$ 8,30
Rodovia Gal Milton Tavares de Souza
R$ 8,20
Rodovia Antônio Romano Schincariol
R$ 8,10
Rodovia Raposo Tavares
R$ 7,50
Rodovia Cornélio Pires
R$ 7,40
Rodovia Pres.Castello Branco
R$ 7,20
Rodovia Prof. Francisco da Silva Pontes
R$ 7,20
Rodovia Cândido Portinari
R$ 7,10
Rodovia dos Bandeirantes
R$ 7,00
Via Anhanguera
R$ 7,00
Rodovia Raposo Tavares
R$ 6,80
Rodovia Armando Salles de Oliveira
R$ 6,70
Rodovia Faria Lima
R$ 6,70
Rod. Gov. Dr. Adhemar Pereira de Barros
R$ 6,70
Rodovia Pres.Castello Branco
R$ 6,70
Rodovia Com. Pedro Monteleone
R$ 6,60
Rodovia Dep.Eduardo Vicente Nasser
R$ 6,60
Rodovia Washington Luis
R$ 6,60
Rodovia Dom Pedro I
R$ 6,50
Rodovia Engº Paulo Nilo Romano
R$ 6,50
Rodovia Pres.Castello Branco
R$ 6,40
Rodoanel Mário Covas
R$ 1,40
Rodovia Romildo Prado
R$ 1,30
Leia mais em: O Esquerdopata e e vejam também http://www.artesp.sp.gov.br/download/artesp_tarifas_pedagios_julho_2011.pdf
 
Pedágios têm peso de imposto

Fonte: Rede Brasil Atual

Em entrevista à Rede Brasil Atual, em maio deste ano, Coca Ferraz, professor da Universidade de São Paulo (USP/São Carlos) e especialista em transportes, afirmou que as tarifas de pedágio em São Paulo têm o peso de um imposto sobre produtos e serviços. Segundo ele, pesquisas apontam que as concessionárias de pedágios estão entre os setores mais lucrativos. “Eles (os pedágios) prejudicam o desenvolvimento econômico e social porque aumentam o custo”.

Segundo o especialista, os contratos do governo do estado de São Paulo com as concessionárias foram estabelecidos em “um patamar muito alto”. A taxa de rentabilidade dos contratos é alta, em torno de 25%, e o valor pago pela concessão também.

Para Ferraz, é uma contradição São Paulo ter o pedágio mais caro do mundo. “Causa estranheza que o PSDB que é um partido que defende redução de impostos, na verdade com o pedágio está aumentando imposto, isso é um imposto, que acaba refletindo no custo de produtos e serviços”, avalia.

A rentabilidade das empresas é confirmada pela pesquisa anual da agência de classificação de riscos, Austin Rating. Em 2010, a concessão de rodovias foi o quarto setor de atividade mais rentável, à frente dos setores industrial, químico, petroquímico e de construção. A concessão de rodovias teve rentabilidade em 2010 de 22,3%, ante 19% na área industrial, 15,8% na química e petroquímica e 15,3% no setor de construção e engenharia.

A elevação dos custos de transporte de mercadorias e de deslocamentos de pessoas têm levado empresas a deixarem o estado para fugir do custo São Paulo, conta Ferraz. “Empresas que têm consumidores em cidades na divisa do estado preferem abrir uma filial em outro estado para transportar mais barato”, conta.

Outra fuga ocorre no trânsito. Na tentativa de escapar dos pedágios, o trânsito nas rodovias vicinais e no interior das cidades fica sobrecarregado. “Aumentou o fluxo nas vicinais, o número de acidentes e o pavimento das estradas não tem estrutura”, descreve.

Mais caro

Reportagem da revista Quatro Rodas comparou o valor dos pedágios de todo Brasil e concluiu que as tarifas de pedágio de São Paulo são as mais caras do país. Na comparação com outros países, São Paulo também se manteve entre os mais altos.

Levantamento do Instituto de de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a partir dos preços divulgados pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), demonstra que o motorista brasileiro gasta, em média, R$ 9,13 para percorrer 100 quilômetros de uma rodovia pedagiada. Em São Paulo o valor é de R$ 16,04 pelo mesmo trajeto. Andar nas estradas paulistas custa mais que nas estradas do Chile, dos Estados Unidos e da Argentina. E está no mesmo patamar de rodovias da França, Portugal e Noruega, em que a renda média per capita é de US$ 59.100, cinco vezes maior que a do Brasil.

A diferença nos valores de pedágio é justificada pelo tipo de contrato. Todas as concessões em São Paulo são onerosas – ganha o leilão a empresa que oferecer mais ônus, uma espécie de aluguel pago ao estado, e que depois é repassado aos usuários. Outro ingrediente dos altos preços dos pedágios paulista são as taxas de retorno de investimento da maior parte das rodovias, em torno de 20%.

As rodovias paulistas já eram pedagiadas antes de 1998, mas o pedágio era estatal. A partir do ano de 1998 houve a concessão de 12 lotes rodoviários para a iniciativa privada. Os contratos além de serem concessão onerosa, também previam alta taxa de retorno e os reajustes eram calculados pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M). De 1997 a 2007, o índice variou bem acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado pelo governo para medir a inflação.

Em âmbito federal, desde 1995, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, o governo decidiu adotar o IGP-M para os reajustes anuais dos pedágios. Em 2007, no governo do então presidente Lula, durante a concessão da segunda etapa de rodovias, o governo passou a adotar o IPCA para reajuste, praticando taxa de retorno de 8,5%, sem a cobrança de ônus.

Na segunda etapa de concessão paulista, em 2008, o governo estadual seguiu o exemplo do governo federal e definiu o IPCA como indexador do reajuste tarifário. Mas em São Paulo ainda foi mantida a concessão onerosa.

Revisão

Coca Ferraz acredita que os contratos de concessão das rodovias paulistas contêm "cláusulas leoninas" - que atribuem a um dos contratantes, vantagens injustificáveis e prejudiciais ao outro. Essas cláusulas podem e devem ser revistas, pleiteia Ferraz. “As taxas de juros precisariam ser contestadas”, diz o professor.

A lei 8.666/1993, destinada a normatizar licitações e contratos da administração pública também prevê a revisão de cláusulas contratuais para garantir o equilíbrio econômico-financeiro.

O especialista defende a existência da concessão das rodovias, mas com menor valor de pedagiamento. “Teria de cobrar menos pela concessão, ter taxa de rentabilidade menor e um plano de melhorias menos ambicioso, diluído no tempo.”

sexta-feira, 24 de junho de 2011

IMPUNIDADE:Justiça de São Paulo solta 1.972 presos em 43 dias

 Falta de investimentos na segurança pública e no sistema prisional do Governador leva a justiça a soltar criminosos  e coloca em risco a vida da população paulista.
veja a notícia publicada pelo portal UOL Notícias

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) está mandando presos para o regime aberto e concedendo liberdade condicional em ritmo recorde no Estado. Os beneficiados são os detentos do semiaberto. Entre 3 de maio e 15 de junho, foram colocados nas ruas 1.972 presidiários, média de 61 por dia útil, volume duas vezes maior do que o que vinha sendo feito. Naquele dia, começou a nova fase dos trabalhos da força-tarefa de 8 juízes e 15 funcionários do TJ que analisou 23 mil processos de execução.

O trabalho dos magistrados desperta polêmica até dentro do TJ paulista. "Nos processos da capital, isso não se justificaria. Os pedidos de progressão estão em andamento. Pode ser que no interior tenha algum atraso. Vejo com surpresa", afirma o promotor Pedro de Jesus Juliotti.

Já a Defensoria Pública do Estado aprova a medida e diz que serve para combater uma situação de ilegalidade nas penitenciárias. E os juízes-corregedores defendem a força-tarefa. "Ninguém é colocado na rua sem ter o direito. Não é abrir a porta da cadeia e jogar a chave fora", diz o juiz Claudio Augusto Pedrassi, integrante da força-tarefa.

Sobre o exame criminológico, integrantes da força-tarefa dizem que o ideal seria aplicá-lo, mas isso não ocorre por falta de recursos humanos. Hoje, é medida excepcional e a liberdade tem sido concedida, principalmente, com base nas informações do boletim de conduta, fornecido pelo agente penitenciário. "Não havia estrutura e o pouco de exame que se fazia era malfeito. Nunca foi um índice fiel, daí veio a alteração", diz Paulo Eduardo de Almeida Sorci, coordenador da força-tarefa do tribunal.

Os juízes dizem que, mesmo com exames científicos, não é possível saber se um ex-detento vai reincidir no crime. "Nem com a Mãe Dinah", brinca Marcelo Matias Pereira, integrante da força-tarefa. Sorci ressalta que não houve aumento da criminalidade desde setembro de 2008, quando foi adotada a medida pela primeira vez. Mas ele se diz consciente sobre as possíveis cobranças. "Soltamos 1.972 pessoas até agora. Se tiver um erro aqui, só esse erro vai aparecer. Os acertos, não."

Déficit

Atualmente, faltam sete mil vagas no regime semiaberto do Estado de São Paulo. E esse foi justamente um dos motivos que levaram o Tribunal de Justiça a acelerar o ritmo de análise de processos de progressão de pena nas varas de execução. "Se não tivesse sido adotada a força-tarefa, teriam sido soltos 500 presos desde maio. Soltamos 1.500 a mais, porque houve uma regularização. Reunimos o que há de melhor no funcionalismo e aproveitamos para fazer um curso com os servidores, que vão reproduzir isso nas comarcas", afirma Sorci. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Escândalo PSDB:Polícia acha folhas de ponto do médico ex-secretário de Esporte de Alckmin

Promotores e delegados que investigam as fraudes em plantões médicos em hospitais públicos do Estado encontraram em um armário da Diretoria Regional de Saúde de Sorocaba, no interior paulista, um calhamaço de folhas de ponto assinadas pelo ex-secretário de Esporte, Jorge Pagura, que pediu demissão no fim de semana após ser incluído na lista de médicos suspeitos de receber salários sem trabalhar.
A descoberta das folhas de ponto contradiz a versão apresentada por Pagura. Neurocirurgião indicado pelo PTB ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), ele disse nunca ter recebido por plantões no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), foco das fraudes que também atingem outros hospitais, inclusive na capital.
Os promotores esperavam encaminhar os papéis ainda ontem à Procuradoria-Geral de Justiça, que vai investigar o ex-secretário. Segundo o Ministério Público, cerca de 70 pessoas estão envolvidas no esquema, que teria causado prejuízo de até R$ 5 milhões aos cofres públicos e resultado na prisão de 12 pessoas.
Em nota distribuída à imprensa, o advogado de Pagura, Frederico Crissiuma Filho, afirma que o médico prestava assessoria ao CHS para a instalação de um setor de neurocirurgia funcional e tinha vínculo salarial apenas com o Sistema Único de Saúde (leia ao lado). As folhas de ponto encontradas têm data de novembro de 2009 a dezembro de 2010.

‘Fantasma’

De acordo com o Ministério Público, depoimentos de outros investigados, especialmente o da diretora de Recursos Humanos do CHS, Márcia Regina Leite Ramos, confirmam que o médico era escalado para plantões, embora nunca tenha aparecido no hospital.
Os promotores consideram como prova a gravação de um diálogo atribuído a Pagura e ao ex-diretor do CHS, José Ricardo Salim, em que este diz: “O teu ponto está sob controle, mas vamos tomar cuidado. Semana que vem vamos por em algum lugar mais seguro”. O diálogo foi mostrado em reportagem do Fantástico, da TV Globo, no último domingo. Salim, que chefiou o CHS entre 2008 e 2011, foi preso na operação.
Segundo informações obtidas durante a investigação, Pagura é médico concursado pelo extinto Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps), absorvido pelo SUS. Entre 1998 e 2000, Pagura foi secretário municipal de Saúde, na gestão Celso Pitta (morto em 2009). Ele foi contratado para trabalhar em Sorocaba em novembro de 2009 por intervenção de Salim, de quem é amigo.
Para prestar serviços à rede estadual de saúde, Pagura teve de ser cedido pelo SUS à Secretaria Estadual da Saúde. Apesar de lotado na Diretoria Regional de Saúde, ele deveria prestar serviços ao Conjunto Hospitalar, também vinculado à secretaria. O médico se desligou em dezembro de 2010, quando assumiu a pasta de Esporte indicado pelo PTB. JT

Por Helena Fonte:Os Amigos do Brasil

Agora a Fraude dos Plantões nos hospitais psiquiátricos do Governo Alckmin

Fraudes em plantões também pode ter acontecido em hospitais psiquiátricos
A jornada de trabalho dos médicos nos hospitais psiquiátricos também estaria acima do normal

As denúncias que o Tem Notícias tem mostrado de fraudes nos plantões do Hospital Regional também podem ser uma prática comum em outras unidades da região. Nesta terça-feira (21), vereadores da comissão que investiga o atendimento nos hospitais psiquiátricos da região receberam uma nova denúncia. A jornada de trabalho dos médicos nestes hospitais também estaria acima do normal. Os documentos vão ser entregues ao Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado.

Os papéis foram entregues por um médico aos vereadores da comissão que investiga os hospitais psiquiátricos. A jornada de trabalho de alguns médicos é absurda. Um deles consegue trabalhar em seis locais em três cidades diferentes. Quase 150 horas por semana, seria como se ele trabalhasse 28 horas por dia de segunda a sexta.
O documento do Ministério da Saúde detalha os locais de atendimento. Além do Conjunto Hospitalar de Sorocaba o médico também trabalha no Hospital Mental. O salário é pago pelo Sistema Único de Saúde.

Um outro médico atende em quatro locais, entre eles o Hospital Psiquiátrico Santa Cruz, de Salto de Pirapora. A carga de trabalho declarada por ele é de 122 horas por semana.

Na lista aparecem os nomes de dez médicos, todos com jornada incompatível, bem acima do normal. Os parlamentares analisaram os relatórios e descobriram que as folhas de ponto também podem ter sido fraudadas.

Os documentos serão entregues para o Ministério Público que deve incluir a papelada no inquérito que investiga a fraude nos hospitais. As novas denúncias levantam a suspeita de que as irregularidades eram praticadas também nos hospitais psiquiátricos da região de Sorocaba.
Fonte:TV TEM

terça-feira, 21 de junho de 2011

Hospitais públicos de SP gerenciados por OSS: Rombo acumulado é de R$147,18 milhões

 do VIOMUNDO
Hospitais públicos de SP gerenciados por OSS: Rombo acumulado é de R$147,18 milhões(R$147.180.000,00)
por Conceição Lemes
A saúde pública no Estado de São Paulo está sendo privatizada rapidamente, a passos largos.
O símbolo desse processo são as OSS: Organizações Sociais de Saúde. Significa que o serviço de saúde é administrado por uma dessas instituições e não diretamente pelo Estado.
Curiosamente no site da Secretaria Estadual de Saúde não há sequer uma lista com todos os hospitais, ambulatórios médicos de especialidades (AMEs) e serviços de diagnóstico administrados por OSS. É preciso garimpar na internet, nome por nome, para saber se o serviço X ou Y é tocado por OSS. É desafio até para pessoas acostumadas a pesquisar em Diário Oficial. Mas quem se der a este trabalhão – às vezes é preciso telefonar ao estabelecimento para ter certeza–, vai comprovar o óbvio: a terceirização, de vento em popa, da saúde pública do Estado de São Paulo.
O artifício é a lei complementar nº 846, de 1998, alterada pela 62/2008, do ex-governador José Serra (PSDB), que autoriza transferir às OSS o gerenciamento de todos os hospitais públicos paulistas, novos e antigos.
“Os hospitais gerenciados por Organizações Sociais são exemplo de economia e eficiência”, diz o site da Secretaria Estadual de Saúde.

A justificativa para a expansão das OSS é “a experiência de sucesso dos últimos dez anos”. Essa, especificamente, foi anexada ao projeto de lei que Serra encaminhou à Assembleia Legislativa paulista, permitindo às OSS gerenciar não só os novos estabelecimentos de saúde (como permitia a legislação em vigor desde 1998) mas também os já existentes (até então era proibido).


Artigo publicado no boletim EnBreve, do Banco Mundial, também derrama elogios às OSS.

ROMBO ACUMULADO DE 18 HOSPITAIS CHEGA A R$147,18 MILHÕES
Teoricamente as OSS são entidades filantrópicas. Na prática, porém, funcionam como empresas privadas, pois o contrato é por prestação de serviços.
“As OSS recebem os hospitais absolutamente aparelhados, de mão beijada. Tudo o que gastam é pago pelo governo do estado ou prefeitura. Além disso, recebem taxa de administração”, avisa o promotor Arthur Pinto Filho, da área de Saúde Pública do Ministério Público de São Paulo. “Entregar a saúde pública para as OSS evidentemente encarece a saúde e tem prazo de validade.”
No final do ano passado, o Viomundo já havia tornado público que, em 2008 e 2009, os hospitais geridos pelas OSS custaram, em média, aos cofres do Estado de São Paulo cerca de 50% mais do que os hospitais administrados diretamente pelo poder público. A mesma tendência se manteve em 2010, revela o cruzamento de dados dos relatórios das OSS com informações do Sistema de Gerenciamento da Execução Orçamentária do Estado de São Paulo (SIGEO)
No final de 2010, o Viomundo também revelou que, de 2006 a 2009, os gastos com as OSS saltaram de R$ 910  milhões para R$ 1,96 bilhão.  Uma subida de 114%. No mesmo período, o orçamento do Estado cresceu 47%. Ou seja, as despesas do Estado de São Paulo com a terceirização da saúde cresceram mais que o dobro do aumento do orçamento público.
Mas a situação é bem mais complicada. O Estado de São Paulo tem 34 hospitais públicos geridos por OSS. Alguns são por meio de convênios, feitos normalmente com fundações de universidades públicas. A maioria é por contratos de gestão, geralmente executados por instituições privadas ou filantrópicas.
Até o início de junho, 22 dos 34 hospitais públicos do estado de São Paulo geridos por OSS haviam publicado balanço referente a 2010.
Desses 22, apenas quatro ainda têm patrimônio positivo. Um deles é o Hospital Brigadeiro, na capital paulista, privatizado em janeiro de 2010 e gerido pela Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, conhecida pela sigla SPDM. Os demais são os hospitais Regional Porto Primavera (Rosana), Estadual João Paulo II (José do Rio Preto) e Regional de Presidente Prudente (antigo Hospital Universitário). Todos novos e administrados pela Associação Lar São Francisco de Assis na Providência de Deus.
Os outros 18 hospitais apresentaram patrimônio negativo, ou seja, passivo maior do que o ativo. Portanto, dos que já divulgaram o balanço de 2010, 80% estão “quebrados”.
Atente bem à tabela abaixo. Ela foi elaborada com base nos balanços publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo.


Resultado: Em 2010, o déficit desses hospitais foi de R$ 71,98 milhões. Mas o rombo acumulado dos 18 chega a R$ 147,18 milhões.

70% DOS EQUIPAMENTOS GERIDOS POR OSS TIVERAM DÉFICIT EM 2010
O sinal vermelho foi dado nos próprios balanços. Sobre o do Hospital Estadual do Itaim Paulista, gerido pela Casa de Saúde Santa Marcelina, a Cokinos & Associados Auditores Independentes S/S adverte:

Conforme descrito na Nota Explicativa n.º 14, a Entidade apresentou déficit de R$ 3.227.700 durante o exercício findo em 31 de dezembro de2010 e, naquela data, o seu passivo total, excedia o seu ativo total em R$ 3.804.984. A Organização dependerá do repasse de verbas complementares futuras afim de obter o reequilíbrio econômico-financeiro para a manutenção normal de suas operações.”
A situação dos ambulatórios médicos de especialidades (AMEs) também é muito grave. Dos 27 existentes, 17 tiveram déficit em 2010.  Entre eles, o AME Heliópolis (antigo Hospital Heliópolis), administrado pelo Seconci-SP (Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo).
Em 2009, esse AME, que ironicamente se chama Dr. Luiz Roberto Barradas Barata, tinha patrimônio de R$ 3,8 milhões. Porém, devido ao déficit de R$ 6 milhões em 2010, seu passivo já atinge R$ 2,2 milhões. Barradas, ex-secretário da Saúde do Estado de São Paulo e falecido em 2010, foi o autor da justificativa anexada por Serra à mensagem enviada, em novembro de 2008, à Assembleia para mudar a lei das OSS.
Resumo do buraco: dos 58 hospitais, AMEs e serviços de diagnóstico do estado de São Paulo geridos OSS por contrato de gestão, 41 tiveram déficit em 2010, segundo o relatório das OSS publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, publicado em abril de 2011. O que representa 70%.
SECONCI, SPDM E FUNDAÇÃO ABC NÃO RESPONDEM
Esta repórter contatou as OSS responsáveis pelos hospitais com déficit para saber o motivo dessa situação.
O Seconci-SP não respondeu, apesar de diversos telefonemas e emails para a sua assessoria de imprensa. O Seconci administra os hospitais Geral de Itapecerica da Serra, Estadual de Vila Alpina, Regional de Cotia, Estadual de Sapobemba e AME Heliópolis. Por meio de convênios com a prefeitura de São Paulo, também cuida de cinco AMAs (unidades de Assistência Médica Ambulatorial). Abaixo resumo do balanço do Estadual de Vila Alpina.

A SPDM, ligada à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) não quis se manifestar. Por meio de sua assessora de imprensa, disse que só a Secretaria Estadual de Saúde poderia dar esclarecimentos.  A SPDM gerencia nove hospitais no estado de São Paulo, sendo quatro estaduais: Brigadeiro e Geral de Pirajussara, na capital, Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, e Estadual de Diadema.
A Casa de Saúde Santa Marcelina achou melhor que o diretor de cada hospital esclarecesse o déficit.
“Há vários motivos para o prejuízo no ano que passou, mas o principal, responsável por mais de 90% dessa situação, é o orçamento inadequado. Como aconteceu em 2010, 2009 e alguns outros anos anteriores, as partes negociavam já sabendo que o dinheiro não seria suficiente para cobrir as metas de atendimento”, explica a esta repórter Carlos Alberto Ferreira, diretor do Hospital Estadual Itaim. “Só que, geralmente lá por setembro, outubro ou novembro, se reviam os valores e um termo aditivo de contrato era assinado para cobrir a diferença. Em 2010, devido à morte do doutor Barradas e mudança de secretário, isso não aconteceu plenamente. Daí por que o dinheiro não deu.”
Já a responsável pelo Hospital Estadual de Itaquaquecetuba não quis falar. Recomendou-me contatar a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde.
A Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é gestora de vários serviços de saúde estaduais, entre os quais os hospitais Geral de Guarulhos, Estadual de Francisco Morato, Estadual de Franco da Rocha “Dr. Albano da Franca Rocha Sobrinho”, Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário e o Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental de Franco da Rocha – Complexo Hospitalar do Juquery.
Resposta ao Viomundo: “No ano passado, parte dos recursos foi contingenciada. Atualmente a situação está equilibrada”.
A Associação Congregação de Santa Catarina, do qual o Hospital Santa Catarina faz parte, administra dez instituições públicas paulistas: os hospitais gerais de Pedreira, Itapevi e Grajaú, o Centro de Referência do Idoso da Zona Norte, o Pólo de Atenção Intensiva em Saúde Mental, os AME Jardim dos Prados, Itapevi e Interlagos, o Centro de Análises Clínicas de São Paulo (Ceac) e Serviço de Diagnóstico por Imagem (Sedi 1).
Resposta ao Viomundo:
“Está havendo uma negociação junto ao governo do Estado para adequação entre orçamento e metas assistenciais para 90% das casas administradas pela Associação.
Nos últimos 3 anos (2009, 2010 e 2011), o governo do Estado tem basicamente mantido as metas assistenciais e reduzido os orçamentos em 5% a cada ano, por conta de um contingenciamento. Portanto, nos últimos três anos houve uma redução de 15% no orçamento e as metas foram as mesmas.
Os Hospitais Pedreira e Itapevi apresentaram um déficit, pois os recursos não estão condizentes com as metas estipuladas. Sendo assim, a Associação Congregação de Santa Catarina, assim como outras entidades filantrópicas, está em negociação com o governo do Estado para alinhar o orçamento às metas ou as metas ao orçamento”.
Abaixo o resumo do balanço do Hospital de Pedreira.

CONTRATOS GARANTIDOS NO FIO DO BIGODE? BAIXA TRANSPARÊNCIA

Acontece que o Hospital Estadual de Pedreira, por exemplo, realizou em 2010 menos do que o foi contratado:

Ou seja, esse hospital gerido pela Associação Congregação Santa Catarina realizou quase 8% a menos das metas físicas contratadas. Porém, recebeu R$ 5,6 milhões a mais do que o valor previsto, como mostra a tabela abaixo feita com base no levantamento no Diário Oficial. Já os hospitais Itapevi e Grajaú, administrados pela mesma OSS, receberam praticamente o valor contratado.
Os hospitais Estadual de Guarulhos e de Francisco Morato, administrados pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, receberam a mais R$5.474.3815,50 e R$1.040.706,00, respectivamente.
Detalhe: Pedreira, Guarulhos e Francisco Morato não são exceção; em geral, há acréscimos nos valores contratados inicialmente.

Afinal de contas, o governo paulista realmente contingenciou recursos, como alegam algumas OSS? Tecnicamente recurso contingenciado é aquele previsto no orçamento e o governo congela. Ele pode vir ou não a ser repassado.
Ou as OSS não receberam o que desejavam pelos serviços prestados?
Ou será que para ganhar a eleição estadual em 2010 o governo tucano teria estimulado as OSS a atenderem mais do que o previsto e posteriormente não cobriu os extras?
Ou será tudo isso junto?
Qual a mágica para as OSS continuarem operando, já que a maioria dos hospitais geridos está no vermelho? Teria o atendimento piorado ou elas resolveram fazer benemerência, trabalhando de graça para o governo estadual?
Os contratos seriam para “inglês ver”, considerando que, de antemão, as partes sabem que precisarão de aumento posterior nos valores?
A garantia seria mesmo na base de um “fio do bigode” de uma única pessoa?
O fato é que, apesar envolver recursos públicos de quase R$ 2 bilhões anuais, o negócio das OSS é uma caixa-preta que precisa ser escancarada à luz do sol de verão. Por uma razão simples: falta transparência.
Esta repórter solicitou à assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde São Paulo o número e os nomes dos hospitais geridos diretamente pelo Estado e por OSS, tanto por contratos de gestão, quanto por convênios. Vieram apenas os números e desta forma:

Cerca de 40?! Cerca de 30?! Como?!
Se a Secretaria Estadual de Saúde não sabe EXATAMENTE quantos hospitais são geridos pelo Estado e quantos são por OSS, quem vai saber? Ou será que não nos quis passar?
E supondo que a Secretaria Estadual de Saúde não soubesse quantos hospitais são geridos pelo Estado e quantos são por OSS – que é uma informação básica –, como vai fiscalizar os serviços e cumprimento de metas?
Insisti com a assessoria de imprensa. Precisava dos nomes dos hospitais. Em vez da resposta, foi encaminhado texto só com elogios ao modelo de OSS.  Alguns trechos:



Reforcei o pedido, solicitando os nomes dos hospitais geridos por OSS por contrato de gestão e por convênio e os administrados diretamente pelo estado diretamente. Argumentei ser informação básica, de fácil acesso, pelo menos ao pessoal da Secretaria Estadual de Saúde.  “É só ‘puxar’ no computador”, esta repórter argumentou na solicitação. Nada. Silêncio absoluto.
Só que os hospitais de Pedreira, Vila Alpina, Itaim Paulista, Mário Covas, Pirajussara e Diadema estão “quebrados”, lembram-se da tabela no início desta reportagem? O rombo acumulado de cada um é, respectivamente, de R$ 5,78 milhões, R$ 8,86 milhões, R$ 3,8 milhões, R$ 4,2 milhões, R$ 13,8 milhões e R$ 11,3 milhões.
Situação oposta à do Instituto do Câncer do Estado, o Icesp, inaugurado em 2008 e gerido pela Fundação Faculdade de Medicina.  Seu balanço de 2010 ainda não foi publicado. Mas, segundo o relatório das OSS publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, o Icesp teria recebido em 2010 R$ 369 milhões. Porém, só gastou R$ 242 milhões. Por que os R$ 127 milhões restantes não teriam sido gastos? A sua utilização não teria aumentado o número de pacientes tratados?
“Cadê o exemplo de economia, eficiência e excelência de gestão?”, muitos leitores devem estar perguntando. E com razão. Afinal, é como as OSS são “vendidas” pelo governo paulista e demais defensores desse sistema de administração.
Tais qualidades, na verdade, parecem ser mais marketing publicitário do que realidade. Pelo menos são os indícios dos números atuais.
Tem mais. A lei da transparência e de responsabilidade fiscal exige que as execuções orçamentária e financeira sejam disponibilizadas em tempo real na internet. Obriga, ainda, o estado a prestar esclarecimentos sobre os seus contratos para qualquer cidadão.
Porém, não há um site que reúna informações sobre os contratos e aditivos celebrados entre as Organizações Sociais de Saúde e o governo paulista. Muito menos que comunique o quanto e em quê estão sendo gastos os recursos.
Apesar das reiteradas solicitações, esta repórter não recebeu da Secretaria Estadual de Saúde até a postagem desta reportagem a lista com os nomes dos hospitais geridos diretamente pelo Estado e os por OSS.
Por que não divulgar? Seria por que o rombo acumulado das OSS paulistas, incluindo hospitais, AMEs e serviços de exames, é bem maior dos que os quase R$ 147, 18 milhões dos 18 hospitais citados?
A propósito. O desmantelamento, na semana passada, da quadrilha formada por médicos, enfermeiros e dentistas do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, que desviava verbas dos plantões médicos e fraudava licitações, mostrou a ausência de controle sobre os recursos financeiros e os serviços prestados pelos hospitais públicos paulistas geridos pelo Estado.
Essa mesma falta de controle existe sobre as OSS. Basta ver o crescente déficit dos hospitais estaduais gerenciados por essas entidades. Aliás, se não existe transparência plena sobre um dado tão banal como a lista dos nomes dos serviços de saúde gerenciados por OSS, o que pensar sobre as informações referentes à aplicação dos recursos e aos atendimentos prestados?
Em tempo 1: O esquema de fraude em licitações e nos pontos de plantões médicos (profissionais recebiam sem trabalhar), revelado pela polícia de São Paulo na semana passada, envolveu, além do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, funcionários de outros 11 hospitais da região de Sorocaba. Entre eles, o Hospital Geral de Itapevi, administrado por uma OSS, a Associação Congregação de Santa Catarina. O Viomundo contatou a assessoria de imprensa para saber o que a entidade tinha a dizer sobre o fato.  Não houve retorno.
Em tempo 2: O médico e ex-secretário de Esporte, Cultura e Lazer  Jorge Pagura, que teve o seu nome ligado ao esquema de fraude do Centro Hospitalar de Sorocaba, é chefe da neurocirurgia do Hospital Mário Covas, em Santo André. no ABC paulista. O serviço é gerenciado por outra OSS, a Fundação ABC. O Viomundo contatou a assessoria de imprensa para saber sobre o motivo do déficit acumulado de R$ 4, 2 milhões do hospital. Ela foi uma das entidades que não nos respondeu.
Em tempo 3: Solicitamos à Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo uma avaliação sobre a situação financeira dos hospitais estaduais geridos por OSS. A assessoria de imprensa também não nos respondeu isso.
Quaisquer que sejam as respostas dessas e demais perguntas, esta repórter e os milhões de cidadãs e cidadãos de São Paulo querem saber: quem vai pagar a conta?

Saúde :Mais Denuncias são investigadas do Governo de Alckmin e Serra



Novas escutas mostram que alto funcionário sabia de fraude na saúde

O acusado é coordenador estadual de Serviços de Saúde. O secretário de Esportes de São Paulo, Jorge Roberto Pagura, envolvido, pediu demissão.

Mais de 70 médicos, dentistas e enfermeiros estão sob investigação em São Paulo. O Fantástico fez a denúncia e mostrou que eles recebiam por plantões que não davam.
O repórter Maurício Ferraz teve acesso a novas escutas feitas com autorização da Justiça. Segundo a polícia, essas gravações mostram que um alto funcionário da Secretaria de Saúde sabia das fraudes. O acusado é coordenador estadual de Serviços de Saúde . As denúncias também mostraram o envolvimento de Jorge Roberto Pagura, que era secretário de Esportes de São Paulo, no esquema. Neste domingo (19), ele pediu demissão. Maurício Ferraz mostra, com exclusividade, novas denúncias sobre os médicos que recebiam sem trabalhar.
O médico Jorge Roberto Pagura na época não estava sendo investigado, mas no dia 10 de dezembro passado foi flagrado em uma ligação para Ricardo Salim, cujo telefone estava grampeado com autorização judicial.

Salim era o diretor geral do Hospital Regional de Sorocaba, um dos maiores do interior de São Paulo. Segundo o Ministério Público, a conversa é para acertar a frequência dos plantões não trabalhados.
Salim: O seu ponto está sob controle. Mas vamos tomar cuidado semana que vem, vamos pôr em algum lugar mais seguro.
Pagura: Está certo.
Salim: Se você não tiver, você me avisa. Eu vou procurar alguma coisa.
Pagura: Nem que tenha de ir todo dia mesmo. Não tem problema.

Jorge Pagura quer garantir que tudo está acertado.
Salim: Esse, até hoje, acho que não tem problema.
Pagura: Não, não. Até está seguro. Aqui não tem problema.
Salim: Não vamos deixar pintar na boca de alguma coisa.
Pagura: Exatamente. De repente, vem um cara e "cutuca" o que não deve.

Na última quinta-feira (16), a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em oito hospitais públicos: sete na capital paulista e mais o regional de Sorocaba. Ao todo, 12 pessoas foram presas.

“Essas pessoas não compareciam ao local de trabalho, causando um enorme prejuízo para a sociedade, principalmente para a população que busca auxílio na saúde”, aponta o delegado Wilson Negrão.

Entre os presos está a ex-chefe de recursos humanos do Hospital de Sorocaba, Márcia Regina Ramos. Em um vídeo obtido com exclusividade pelo Fantástico, Márcia fala sobre o neurocirurgião Jorge Pagura.
Investigador: Ele vinha trabalhar?
Márcia Regina: Não.
Investigador: Nunca veio trabalhar?
Márcia Regina: Não.

Escondidos em um armário, foram encontrados os controles de frequência de Jorge Pagura. Nos documentos consta que, entre 2009 e 2010, ele deveria dar expediente no Hospital de Sorocaba de segunda à sexta, das 8h às 12h.
Investigador: A frequência, como é que fazia?
Márcia Regina: Ele mandava a frequência para mim e eu encaminhava lá para a DRS (Delegacia Regional de Saúde).
Investigador: Entendi. Já vinha a frequência pronta dele?
Investigador: Sim.

Jorge Pagura não quis gravar entrevista. Em nota, ele confirmou que nunca fez plantões no Hospital de Sorocaba. Disse que não recebeu por eles e que o trabalho que realizava no local era o de desenvolvimento de projetos com verba do SUS.
Segundo a polícia, mais de 70 profissionais da saúde estariam envolvidos no esquema de desvio de dinheiro dos plantões médicos. Novas gravações obtidas pelo Bom Dia Brasil revelam que um funcionário do alto escalão da Secretaria Estadual de Saúde sabia da fraude.
Ricardo Tardelli é o chefe da coordenadoria de Serviços da Saúde, responsável por todos os hospitais estaduais de São Paulo. Ele foi flagrado falando com o então diretor do Hospital de Sorocaba, Ricardo Salim, sobre o suposto esquema de fraudes nos plantões médicos.
Salim: É a única coisa flexível que você tem e que todos têm. O resto não tem o que fazer. Então a gente tem que usar isso até para tocar o serviço.
Tardelli: Não é uma exclusividade do conjunto do Hospital de Sorocaba. Isso tem em todo lugar. Se fizer um pente fino vai encontrar problema.

Eles também falam da contratação irregular de uma médica, que morreu durante as investigações.
Salim: Ela trouxe o cargo dela de Cachoeirinha.
Tardelli: Sei.
Salim: E os caras (da Corregedoria) falam que é ilegal e deve ser ilegal mesmo. Só que a Terezinha já morreu. Isso aí já é assunto ultrapassado. Para que vai "cutucar" isso?

Segundo a polícia, Ricardo Tardelli, que é o coordenador estadual, tinha conhecimento de tudo o que acontecia. O secretário estadual de Saúde-SP, Giovanni Guido Cerri, fala sobre o assunto: “Nós não recebemos informações da promotoria em relação à participação dele nesse esquema. Nós temos que aguardar informações sobre isso. Nós vamos apurar e se houver qualquer tipo de envolvimento nós vamos tomar as medidas necessárias”, afirmou o secretário estadual de Saúde de São Paulo.
“É necessária uma revisão geral de conceitos, desse tipo de procedimento, das pessoas que são colocadas à frente desses interesses da saúde pública”, reforçou a promotora pública Maria Aparecida Castanho.
É o que também esperam os pacientes que precisam do atendimento do serviço público de saúde. O paciente Tulio caiu de moto. Fez uma cirurgia há 15 dias e ainda sente dores na perna. Para fazer os exames, ele precisa ir de um prédio para o outro. Sem macas, sem cadeira de rodas e muleta, ele circula pelo hospital com uma perna só. A mãe do rapaz diz que procurou uma cadeira de rodas, mas não encontrou, pois estão todas ocupadas.
“Eu esperei seis meses para uma ressonância. Se tiver doente mesmo, morre”, diz a aposentada Maria Lourdes Pereira.
Os depoimentos devem começar às oito horas da manhã desta segunda-feira (20). Segundo os promotores, os presos foram todos ouvidos, mas alguns serão interrogados novamente pois há algumas informações desencontradas. Segundo os promotores dos 12 presos, quatro já estão em liberdade. Três foram liberados porque colaboraram bastante com as investigações e o diretor do hospital Heitor Consani, conseguiu um habeas corpus do Tribunal de Justiça e no sábado (18), deixou o quartel da Polícia Militar, onde estava preso desde quinta-feira (16).
O neurocirurgião, Jorge Pagura, que até o domingo (19) era secretário estadual de Esportes, pediu demissão e deve ser intimado a depor na Delegacia de Sorocaba. O governador Geraldo Alckmin deve escolher ainda nesta segunda-feira (20), ou nesta terça, o novo interventor do Hospital de Sorocaba.
A Secretaria de Saúde determinou uma auditoria em todos os hospitais do estado de São Paulo para verificar a extensão das fraudes. Além disso, determinou a implantação de pontos eletrônicos em todos hospitais do estado, com um sistema de controle exclusivo para quem faz plantão.
Ricardo Tardelli informou através do serviço de imprensa da Secretaria de Saúde, que não sabia de nenhum esquema organizado de fraudes nos plantões em hospitais estaduais. O advogado Pedro Luiz Cunha, que defende Ricardo Salim, disse que todos os procedimentos adotados por seu cliente foram legítimos
Fonte:Bom Dia Brasil
Enquanto isso uma reportagem feita em Fevereiro mostrava como anda péssimo o atendimento nesse hospital Estadual

 Tem Notícias flagra caos na saúde pública em Sorocaba
Pacientes pedem socorro pelas janelas do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, que é referência no interior de São Paulo. O hospital enfrenta problemas como falta de leitos, problemas de higiene e de conservação. Por dia, passam por pelo conjunto mais de três mil pessoas, vindas de 48 cidades.

Um dos setores mais sobrecarregados é o da ortopedia. A reportagem flagrou pacientes aguardando tratamento em quartos superlotados. No banheiro masculino, os vasos sanitários estão quebrados, faltam azulejos e as paredes estão cheias de infiltrações. A madeira das portas apodreceu. Faltam chuveiros e cuidados com a higiene.

A reportagem encontrou um homem de 79 anos que foi atropelado no fim de 2010. Ele fraturou um dos braços e a perna. Somente duas semanas depois, os médicos descobriram que ele estava com cinco costelas quebradas. “Primeiro falaram que ele estava com pneumonia. Daí, disseram que ele estava com um coágulo no pulmão. Depois de 15 dias, descobriu que não era coágulo, não era pneumonia. Era a costela quebrada que estava apertando o pulmão”, disse uma pessoa da família.

Ainda de acordo com a família, o idoso passou mais de um mês com um mesmo curativo no braço. A filha dele, que prefere não se identificar, conta que um dos médicos confirmou que a medicação estava errada. “Não tem nenhum médico responsável por ninguém aqui. Eu estava me sentindo desprotegida aqui dentro do hospital. Você vê um idoso, seu pai ali do seu lado morrendo e você não pode fazer nada”, afirmou.

A direção do hospital reconhece os problemas e diz que tem um dos maiores orçamentos do estado, mais de R$ 130 milhões por ano, mas que não tem como fazer todas as obras necessárias.
“Não gosto do que eu vejo, mas, infelizmente, eu não posso parar o hospital, fechar o hospital para tomar uma medida desta natureza. Eu tenho que fazer isso por partes. Eu não recebo colaboração de nenhum outro hospital, nem da cidade, nem da região. Praticamente, eu tenho que dar conta de tudo”, declarou Antonio Carlos Nasi, diretor do conjunto hospitalar.

O diretor de fiscalização do Conselho Regional de Medicina, João Márcio Garcia, nega qualquer irregularidade na equipe médica do conjunto hospitalar.

Fonte:TEM TV

Em menos de seis meses, Alckmin troca 4 secretários envolvidos em corrupção

Às vésperas de completar seis meses no cargo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), mais uma vez terá de buscar novos nomes para a composição de seu governo. Só no secretariado, quatro trocas de comando já ocorreram. Na mais recente, o secretário de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo, Jorge Pagura (PTB), pediu demissão depois de ver seu nome citado em investigação do Ministério Público e da Polícia Federal sobre um suposto esquema de fraude em plantões nos hospitais públicos do Estado.


Alckmin não havia completado nem três meses de sua volta ao governo de São Paulo quando teve a primeira baixa em seu secretariado. Terminado o prazo acordado com o titular da Agricultura, João Sampaio - que lá estava desde o governo de José Serra (PSDB) -, para nomear um substituto, Alckmin não havia encontrado no PMDB, que pleiteava o cargo, um nome que lhe agradasse para o posto, pois queria alguém com perfil técnico.

Um mês depois, em resposta à articulação do prefeito da capital, Gilberto Kassab, para formar o PSD, demitiu seu vice-governador, Guilherme Afif Domingos, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Para a vaga de Afif, fiel escudeiro do prefeito, deslocou Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que comandava a Secretaria de Desenvolvimento Social, abrindo este espaço para realocar o DEM, com o deputado federal - e antigo aliado de Kassab - Rodrigo Garcia. Ao PP, ofereceu a presidência da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em negociação mediada pelo deputado federal Paulo Maluf. O economista Antonio Carlos do Amaral Filho foi o escolhido. O imbróglio na Agricultura só viria a ser resolvido em maio, quando Alckmin nomeou para o posto a engenheira agrônoma Mônika Bergamaschi, sem ligação partidária.

Na Assembleia Legislativa, o governador, apesar de gozar de ampla maioria, está sempre às voltas com eventuais deserções rumo à oposição. Esta, com 28 cadeiras, busca angariar mais quatro parlamentares, o que lhe daria assinaturas suficientes para protocolar comissões parlamentares de inquérito (CPIs). PDT, PMDB, PR e PRB já ameaçaram debandar caso Alckmin não lhes cedesse espaço em postos na máquina burocrática.

Por conta da investigação de fraude, a Secretaria da Saúde do Estado determinou a implantação obrigatória de sistemas de ponto eletrônico nos hospitais ligados à Pasta. Foi determinado prazo de 90 dias para que os hospitais se adaptem ao meio eletrônico do controle de expediente de seus funcionários. Mas a medida não é considerada suficiente nem entre aliados. O deputado estadual Carlos Bezerra (PSDB), que integra a Comissão de Saúde na Assembleia, acredita que só com a aprovação de lei que exija dedicação exclusiva dos profissionais ao serviço público e fortalecimento dos conselhos de gerenciamento se pode resolver a questão: "Não é cartão de ponto que resolve o problema. É ser bem pago onde você está. O salário dos profissionais de saúde pública está abaixo do mercado."
Fonte:Blog OS Amigos do presidente Lula