Por que as pessoas que necessitam trabalhar para pagar as suas contas não têm direito a fazer Mestrado?

Artigo enviado ao Blog via Formulario para Contato  pela leitora Marina da Costa Ferreira(marina-costa@uol.com.br),protestando contra os cursos de especialização nas faculdades públicas do estado que não oferecem cursos noturnos(horário compatível à população trabalhadora,ficando à disposição apenas dos que não precisam trabalhar como a caracteristica dos governos Tucanos).
vejam abaixo a opinião dela na ìntegra que nos foi enviada:

"Por que as pessoas que necessitam trabalhar para pagar as suas contas não têm direito a fazer Mestrado?  Todas as Universidades Públicas do Estado de São Paulo, possuem cursos de pós-graduação, lato sensu e/ou stricto sensu. No município de São Paulo, a maior universidade do país a USP, oferece tanto cursos de Mestrado, quanto de Doutorado, entretanto a maioria esmagadora destes cursos tem aulas concentradas no período diurno, de modo que se torna inviável que pessoas que necessitem trabalhar durante o horário comercial possam cursar a grande maioria dos cursos de Mestrado da USP. Assim, surge a questão: Por que não existe acesso àqueles que trabalham e precisam trabalhar aos cursos de Mestrado? Tais pessoas não poderiam dedicar o período noturno e os finais de semana as atividades acadêmicas? Habitualmente, quem trabalha, o faz por necessidade. Quando o estudante não tem necessidade de trabalhar e pode se dedicar integralmente aos estudos e pesquisas acadêmicas é realmente louvável, mas e os demais, devem ser excluídos dos processos de aprendizagem, pesquisa e aprimoramento? A sociedade como um todo não deveria ter direito a Educação? Um profissional não tem direito a se qualificar e se aprimorar num curso de Mestrado, sem ter que pagar altíssimas quantias por isso? A Universidade pública em si é elitista e seus cursos de Mestrado e Doutorado asseguram, ainda mais a desigualdade, uma vez que, quem é pobre e tem que trabalhar, no período diurno, não pode estudar num curso de pós-graduação stricto sensu, que seja gratuito. Do total de cursos de Mestrado da Universidade de São Paulo, quantos podem ser cursados no período noturno, sem que o aluno tenham que pagar pelos mesmos? Quantos cursos , por exemplo por cursos o Mestrado inteiramente no perído noturno? Por que não mudar? Por que segregar? Por que negar a oportunidade, para aqueles que raramente às têm? Por que as pessoas que necessitam trabalhar para pagar as suas contas não têm direito a fazer Mestrado? Um curso de mestrado pode trazer imensa riqueza a qualquer profissional e inclusive dar maiores chances àqueles que necessariamente precisam se inserir no mercado de trabalho. Como em outros tantos ramos da sociedade a Universidade Pública perpetua a desigualdade e um circulo vicioso no qual muitos não se têm bons empregos, porque não se qualificaram e não se qualificaram adequadamente, porque não deixaram de estudar ou não puderam se especializar e não puderam se especializar porque precisam trabalhar para sobreviver. Há dois caminhos a seguir: Propor mudanças ou Garantir a falta de oportunidades.