DCM em 11/11/2015
Geraldo Alckmin nomeou para a Comissão de Ética de seu governo um
homem acusado de intermediar doações eleitorais no caso do trensalão
tucano. Seu nome é Marcos Penido.
Segundo o Portal da Transparência, a comissão “tem por finalidade
promover a ética pública, orientando a Administração quanto à
observância de parâmetros ético-jurídicos, e respeito aos princípios
constitucionais, em especial à moralidade administrativa.”
Penido acumulará a função com a de secretário da CDHU (Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e Urbano), cargo que assumiu em março.
Em 2014, um e-mail descoberto pela Polícia Federal dava conta de que
ele teria operado para o PSDB nas eleições de três anos atrás. Penido
conseguiu dinheiro através da Tejofran, empresa acusada de integrar o
cartel dos trens em São Paulo, que fraudou licitações entre 1998 e 2008.
A grana foi para a campanha de prefeitos e vereadores em 2012, quando
Serra era candidato na capital. Um ano depois, o consórcio do qual a
Tejofran fazia parte levou um aditivo de R$3 milhões da CDHU.
No e-mail, assinado por uma executiva da empresa chamada Henriqueta
Porto, constam os dados bancários do PSDB para o depósito e um aviso de
que “o Penido/CDHU pediu”.
À época do escândalo, Alckmin chegou a fazer seu número de
ilusionista calvo ex-seminarista indignado. “Não seria apropriado
comentar um vazamento seletivo, oportunista, de uma investigação que
está sob sigilo”, disse. “O estado de São Paulo investiga doa a quem
doer. Isso nós fazemos permanentemente”.
Menos de um ano depois, Penido é premiado com uma cadeira numa comissão de ética. Significa.
Kiko Nogueira, via
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