Deputados estaduais de São Paulo vão pedir ao Ministério Público que investigue o patrocínio de R$ 46,5 mil que um diretor de uma empresa do governo estadual viabilizou para que sua própria filha viajasse para a Itália a fim de participar de exposições de arte.
Reportagem da Folha de S.Paulo de ontem mostrou que a pintora Denise Chiaradia Christofari foi às bienais de Florença, em 2009, e Roma, em 2010, com patrocínio da Companhia Energética de São Paulo (Cesp).
Quem viabilizou a ajuda foi o pai de Denise, o engenheiro Vilson Christofari, que na época era diretor de geração da empresa e, meses após a filha voltar de Roma, assumiu a presidência da companhia.
O patrocínio foi pago por meio de um instituto tocado por Emanuel von Laurenstein Massarani, superintendente do patrimônio cultural da Assembleia Legislativa de SP (Alesp), acusado de distribuir falsas bençãos papais.
"Vou esperar a mobilização da Mesa Diretora da Assembleia, se ela não ocorrer, vou levar minha representação ao Ministério Público", disse o deputado estadual Major Olímpio (PDT).
O ex-presidente da Cesp admite ter atuado na estatal para ajudar a financiar a participação da filha em duas exposições internacionais na Itália, mas diz não haver conflito ético no caso. "Melhor pedir à Cesp do que a qualquer um dos fornecedores da companhia, que certamente não iriam se negar a ajudar", disse Christofari.
Para Olímpio, ao admitir que atuou pelo patrocínio, o ex-presidente da estatal "se confessa minimamente improbo". "Se ele tiver uma empresa privada, faz o que quiser com o dinheiro, mas não com verba pública."
Carlos Giannazi (PSol) avisou que vai pedir explicações por escrito à Mesa Diretora para saber se a Assembleia Legislativa de SP tem em seus quadros outra pessoa na mesma situação de Massarani – sem vínculo empregatício, mas com direito a sala, equipamentos, funcionários e carro oficial. "Isso pode ser ilegal e configurar caso de improbidade administrativa", afirmou.
Do diário do Comércio
Do diário do Comércio
É uma vergonha para a Assembleia Legislativa de São Paulo ter permitido que essa figura, sem qualquer vínculo empregatício com o Poder legislativo, circulasse com tanta liberdade, autonomia e por tanto temp,fazendo de suas dependências um escritório particular. Salário pra que? Escritório numa das regiões mais valorizadas da cidade com toda infraestrutura, funcionários, carro oficial, combustível, pedágio e todas as contas pagas (telefone, energia elétrica, água, IPTU, etc).
ResponderExcluir