“O marketing político andou na frente da racionalidade
jurídica”, afirma presidente da Associação dos Procuradores do Estado de
São Paulo
Por Redação
O procurador-geral de São Paulo Elival da Silva Ramos é acusado de
ter tido uma “atuação política” em favor do governador Geraldo Alckmin
(PSDB), no caso conhecido como “propinoduto tucano”. A reclamação partiu
da Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo (Apesp).
A presidenta da entidade, Márcia Semer, afirmou que entrar na Justiça
contra a Siemens “foi mais uma ação política do que um trabalho
jurídico de recuperação da verba desviada do Estado”.
A ação contestada pela Apesp também foi alvo de crítica da juíza
Celina Kiyomi Yoyoshima, da 4º Vara da Fazenda Pública de São Paulo. A
magistrada pediu ao governo do Estado que refaça a ação proposta contra a
Siemens. “A falta de prova do envolvimento de cada um no suposto
esquema de fraude-licitação sugere que tenha sido a ação prematuramente
ajuizada”, disse Celina. O Ministério Público chegou a solicitar que a
Justiça rejeitasse a ação por inépcia.
“Houve precipitação [do governo em entrar com a ação]. Questionamos
sobre a Procuradoria-Geral do Estado se prestar a um trabalho de
satisfação política mais do que jurídico”, disse Márcia à Folha de São Paulo. Ainda de acordo com a presidente da Apesp, “o marketing político andou na frente da racionalidade jurídica.”
O Diário Oficial publicou, na última quinta-feira (7), um pedido de
Geraldo Alckmin para que a Assembleia Legislativa para aprovar o PL
25/2013. O projeto, de autoria do governador Geraldo Alckmin, que
altera a Lei Orgânica da Procuradoria do Estado e sofre críticas por
parte do Sindicato dos Procuradores do Estado (Sindiproesp) e da Apesp.
De acordo com as entidades, o projeto transforma a advocacia pública em
advocacia do governo, não do Estado, já que amplia os poderes do
procurador-geral e retira as garantias e salvaguardas dos procuradores.
Do revista Forum
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