Geraldo Alckmin (PSDB-SP) tem mostrado
qual a sua prioridade à frente do governo do estado de São Paulo. Após
confirmar o fechamento de 94 escolas da rede pública estadual, o tucano
agora concede desonerações fiscais para grandes organizações de R$ 15
bilhões em ICMS das empresas neste ano, segundo a Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
O montante representa 11,3% da arrecadação total do tributo. Em 2014, o incentivo era de 9,9% do ICMS.
Os benefícios têm como alvo as grandes organizações, pois são vedados às pequenas empresas.
“A remissão e anistia previstas nesta
cláusula não abrangem os débitos fiscais relativos ao Regime Especial
Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional”, segundo
informa o texto do convênio.
Além de aumentar o percentual de
renúncia, o governo paulista incorpora a figura do “perdão de tributos” à
sua agenda estratégica de benefícios às empresas.
Essa é a principal novidade incluída no
convênio 117/2015 do ICMS, no qual o Conselho Nacional de Política
Fazendária (Confaz) autoriza o estado a instituir programa de
parcelamento de débitos fiscais.
“A escolha por ampliar a isenção do ICMS
para as maiores empresas indica que o estado está usando o orçamento
público, que no momento atual é absolutamente pressionado, para
compensar a queda de faturamento de algumas empresas, porque há uma
crise, a empresa está vendendo menos, então, se dá uma compensação por
meio da isenção de um tributo importante, que é o ICMS”, afirmou o
professor de economia da Unicamp Guilherme Mello.
Segundo Mello, se esse mesmo dinheiro,
em vez de isenções tributárias, fosse para a área social, ou para uma
obra de infraestrutura, que cria emprego e renda, haveria como efeito
uma maior dinâmica econômica.
“É um gasto ruim”, diz o economista
referindo-se à renúncia fiscal, “porque não vai proporcionar a dinâmica
econômica necessária, não vai aumentar a produtividade, não vai aumentar
o investimento na economia, nem o nível de emprego. Então, é um gasto
de baixa qualidade”, disse.
“É uma opção que o governador Geraldo
Alckmin fez de aumentar os seus gastos para garantir a rentabilidade das
empresas e diminuir os gastos sociais que têm maior efeito
multiplicador”, ressaltou.
Mello destaca que “em geral, o efeito
disso é muito pequeno, é provisório, porque a real retomada da empresa
depende da retomada da economia como um todo, então, você tem um gasto
tributário que não se reverte em aumento de emprego, aumento do
investimento, aumento da renda”, afirma.
Por: Agência PT,
Nenhum comentário:
Postar um comentário