quinta-feira, 26 de maio de 2011

mais perseguição tucana: Delegados de São Paulo colocam cargo à disposição em solidariedade a colega

Chefe de investigações gerais diz que vai abrir sigilo bancário e telefônico para provar que afastamento foi político

Delegado José Gonçalves Neto nega irregularidade de conduta
Jucimara de Pauda
Quatro delegados assistentes da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) colocaram o cargo à disposição do titular da Seccional, Adolfo Domingues da Silva Junior, nesta quarta-feira (25). Eles tomaram a decisão depois que o titular da DIG, José Gonçalves Neto, foi preso em flagrante na última terça-feira (24), acusado pela Corregedoria da Polícia Civil de posse ilegal de arma e foi afastado do cargo.
Para não ir para a cadeia, o delegado pagou R$ 1 mil de fiança. A reportagem apurou que, durante a conversa, Adolfo pediu para que os delegados Carlos Henrique Garcia, Leandro Arabe, Ricardo Turra e Ariovaldo Torrieri tivessem paciência e continuassem à frente da DIG. Ele também pediu que colaborassem com o delegado que deve assumir o lugar de Gonçalves Neto.
“Ficamos preocupados porque levantou uma suspeita sobre todos. Também colocamos o cargo à disposição, como forma de apoiar o nosso titular”, disse um delegado, que pediu para não ser identificado.
Gonçalves Neto passou o próprio aniversário nesta quarta a protocolar papéis na Corregedoria da Polícia Civil, para provar que foi vítima de uma armação política porque fez críticas ao governo paulista. Ele disse, por telefone, que autorizou uma devassa nas próprias contas bancárias e telefônicas. “Vou provar que não existe ilegalidade na minha conduta”, afirmou.
Prisão
Durante uma vistoria feita na última terça na DIG, os corregedores da Polícia Civil fizeram uma varredura na delegacia. Gavetas e armários dos funcionários foram revistados. Na sala de Gonçalves Neto, foi encontrada uma arma calibre 36 e os corregedores convocaram o delegado, que estava de férias para dar explicações.
Durante os depoimentos, Gonçalves Neto disse que a arma pertencia a Clibas Clemente, um amigo que queria orientações sobre conserto. Clibas confirmou a versão dele.
As explicações não foram aceitas pelos corregedores, que prenderam o delegado por posse ilegal de arma e o liberaram após pagamento de fiança. Segundo o advogado de Gonçalves Neto, Júlio Mossin, a prisão foi irregular. “Não existe crime. A arma é legal. Vamos provar isto”, diz ele.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Estado afirma que Gonçalves Neto está de licença-prêmio e não foi afastado do cargo.

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