SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP) - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) confirmou, nesta quinta-feira, 9, que os secretários Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico), Edson Aparecido (Casa Civil) e José Aníbal (Energia) estão mantidos no governo e afirmou que aguarda a conclusão das investigações sobre denúncias de formação de cartel e pagamento de propinas a agentes do governo paulista.
O jornal Folha de S.Paulo revelou, hoje, que o ex-diretor da multinacional alemã Siemens Everton Rheinheimer, principal testemunha das investigações sobre o cartel dos trens, disse à Polícia Federal que tratou pessoalmente de propina com Garcia e um interlocutor de Aníbal.
A afirmação foi dada em resposta ao questionamento da reportagem feito após cerimônia de início das obras da SP-379, em Ibirá (417 km de São Paulo). O governador cumpriu agenda pública durante a manhã na região de São José do Rio Preto (438 km de São Paulo), com entregas de moradias e unidade de saúde.
Alckmin afirmou, ainda, que apoia a investigação dos órgãos de Justiça, mas não quis dar mais declarações. A entrevista que estava sendo concedida no local foi encerrada de forma abrupta pelos assessores que acompanhavam o tucano.
Conforme depoimento prestado pelo ex-diretor, divulgado parcialmente na decisão da Justiça Federal que encaminhou o caso para o Supremo Tribunal Federal, em dezembro, o secretário de Desenvolvimento Econômico recebeu propina na época em que presidia a Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Rheinheimer disse, em depoimento, que "nunca" foi recebido pessoalmente por Aníbal, mas tratava com uma pessoa que o "assessorava informalmente em relação ao pagamento de propinas". Garcia e Aníbal negam ter cometido ilegalidades.
O ex-diretor da multinacional também afirmou que um dirigente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) lhe disse que o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS), o deputado federal Campos Machado (PTB) e o secretário Edson Aparecido também receberam propina. Rheinheimer disse no depoimento não ter provas disso. Os três negam a acusação.
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(Folhapress)
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