Segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo, reunião entre membros
do governo estadual e Marcola foi feita dentro do presídio de segurança
máxima de Presidente Bernardes
Representantes da cúpula do governo estadual fizeram um acordo com o
chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas
Camacho, o Marcola, para pôr fim à onda de ataques da facção criminosa,
em maio de 2006. O depoimento foi obtido com exclusividade pelo jornal
"O Estado de S. Paulo" e publicado na edição desta segunda-feira (27).(Aqui no blog tem várias postagens sobre o assunto)Segundo informações conseguidas pelo periódico, a reunião foi feita dentro do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. A declaração é do delegado José Luiz Ramos Cavalcanti, um dos um dos escolhidos pelo governo para participar do encontro em 2006 e que falou sobre o tema durante depoimento em processo judicial que investigou advogadas supostamente ligadas ao crime organizado.
Segundo as informações divulgadas pelo jornal, a proposta do crime organizado foi levada pela advogada Iracema Vasciaveo, então presidente da ONG Nova Ordem, que defendia o direito dos presos e, na época, representava o PCC: se os responsáveis pelo comando dos atentados nas ruas fossem informados de que Marcola estava bem fisicamente, que não havia sido torturado por policiais e que os presos amotinados não seriam agredidos pela Polícia Militar, os ataques seriam encerrados.
O recado deveria ser dado pelo próprio chefe do PCC. O papel de Iracema era convencer Marcola a aceitar a ideia.
A cúpula das secretarias de Segurança Pública e da Administração Penitenciária, cujos chefes na época eram Saulo de Castro Abreu Filho e Nagashi Furukawa, respectivamente, aceitou a ideia da advogada. O então governador, Claudio Lembo, autorizou o encontro.
Relembre o ataque do PCC
Geraldo Alckmin apoia candidato do PCC e diz VAMOS TRABALHAR JUNTOS!' from forapsdb on Vimeo.
Na noite do dia 12 de maio de 2010, integrantes da organização criminosa deram início ao maior atentado contra as forças de segurança pública do Estado da história. Delegacias, carros e bases da Polícia Militar, Polícia Civil e metropolitana e até o Corpo de Bombeiros foram atacados. No dia seguinte, a onda de ataques foi intensificada e ocorreram atentados no litoral e interior de São Paulo.
Até o dia 15 de maio de 2010, foram mais de 200 ataques que deixaram cerca de 90 mortos. Neste dia, a organização determina o fim dos ataques após ter realizado atentados menores contra fóruns, ônibus circulares e agências bancárias. No entanto, uma série de boatos, incluindo um possível toque de recolher, instaurou o medo na população do Estado, que ficou mergulhado em horas de caos.
Com temor de ataques a alvos civis, 40% das escolas e Universidades foram fechadas. Parte do comércio e repartições públicas também fecharam suas portas.
Em seu horário de maior movimento, a cidade de São Paulo ficou deserta. O transporte público parou de circular durante a tarde deixando mais de 5 milhões de pessoas a pé. Um terço da frota de ônibus ficou na garagem depois de mais de 90 veículos terem sido incendiados em todo o Estado. Uma ameaça de bomba chegou a fechar o Aeroporto de Congonhas.
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