terça-feira, 30 de agosto de 2011

Empresa de parentes de Alckmin é suspeita de fraude

do Agora São Paulo
Cunhado do governador é procurador da Wall Street, que teria falsificado papéis para pagar taxas menores
Valor fraudado seria de R$ 4 milhões; donos da empresa e o governador não se pronunciaram sobre a investigação
EVANDRO SPINELLI
GIBA BERGAMIM JR.

DE SÃO PAULO

Uma empresa de familiares de Lu Alckmin, mulher do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), é investigada sob suspeita de ter se beneficiado de uma fraude de R$ 4 milhões contra a Prefeitura de São Paulo.
Segundo a prefeitura, a Wall Street Empreendimentos e Participações Ltda. falsificou documentos para pagar um valor menor de outorga onerosa, uma taxa cobrada para autorizar a construção de prédios altos do edifício Royal Street, na av. Brigadeiro Faria Lima, área nobre da zona oeste paulistana.
O licenciamento da obra correu na prefeitura entre 1994 e 1999, quando foi efetuado o pagamento.
Os sócios da Wall Street são Maria Paula Abreu Cesar Ribeiro, Adhemar Cesar Ribeiro Filho e Othon Cesar Ribeiro. Maria Paula é mulher de Adhemar Cesar Ribeiro, irmão de Lu Alckmin e procurador da empresa. Em 2006, ele participou da arrecadação da campanha de Alckmin à Presidência.
Alckmin é adversário político do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD). A fraude apontada teria sido efetuada na gestão do então prefeito Celso Pitta, já morto.
A prefeitura, em 2000, chegou a notificar a Polícia Civil sobre indícios de fraude, mas as investigações não avançaram. Na época, Alckmin era vice-governador.
Em 2001, já na gestão de Marta Suplicy (PT), a própria prefeitura arquivou o caso.
A suposta fraude voltou a ser investigada, segundo Edilson Bonfim, corregedor-geral de São Paulo, na quinta-feira, quando ele recebeu uma denúncia anônima.
Ontem, em entrevista coletiva, Bonfim detalhou o esquema de fraude, mas não relacionou o caso com parentes do governador. Informou apenas o nome da empresa e o endereço do imóvel.
Os responsáveis pela Wall Street foram procurados pela Folha, mas não se pronunciaram. Alckmin também não comentou.
O ESQUEMA
De acordo com o corregedor-geral, a Wall Street fraudou o valor do metro quadrado que constava do carnê do IPTU do imóvel com o objetivo de enganar os técnicos da prefeitura e conseguir aprovar o empreendimento pagando um valor menor pela construção do prédio.
Segundo Bonfim, a empresa deveria ter recolhido R$ 4,2 milhões pelo direito de construir um prédio de 4.100 metros quadrados, mas pagou apenas R$ 184.744.
O rombo do esquema de fraude no pagamento de outorga onerosa já totaliza R$ 41 milhões até agora.
Foram identificados dois tipos de fraude. A falsificação da guia do IPTU para reduzir o valor da outorga onerosa atingiu apenas a Wall Street.
No outro tipo de fraude, as construtoras exibiam guias verdadeiras do pagamento da taxa, mas com a autenticação do banco falsificada.
Como a prefeitura não tem sistemas de controle eficientes e não fazia checagem dos documentos, os alvarás de aprovação das obras eram emitidos mesmo sem que o dinheiro tivesse caído na conta do município.
As construtoras acusadas de terem se beneficiado do esquema são Odebrecht, Zabo, Onoda, Porte e Marcanni.
OUTRO LADO
Responsáveis não respondem recados do jornal
DE SÃO PAULO
Os responsáveis pela Wall Street Empreendimentos e Participações, Adhemar Cesar Ribeiro Filho, Othon Ribeiro Filho e seus pais, Maria Paula e Adhemar, não responderam aos oito recados deixados pela Folha na empresa ontem.
A primeira informação foi que eles tinham saído, mas quando a Folha disse se tratar de reportagem sobre fraude, a resposta foi que os responsáveis estavam viajando.
O governador Geraldo Alckmin não comentou a citação de parentes de sua mulher no caso. Ele apenas negou que Adhemar tenha integrado o comitê financeiro de sua campanha em 2006.
A Odebrecht disse que entrou com ação judicial para impedir a paralisação das obras e se dispôs a pagar o valor cobrado pela prefeitura até que o caso seja esclarecido. A Zabo e a Marcanni informaram que fizeram o pagamento da taxa mediante a apresentação de títulos públicos, o que a prefeitura afirma não ser possível.
A Porte Construtora informou que foi vítima de estelionato. O advogado da Onoda, Paulo Teixeira, disse que a construtora também pode ter sido vítima.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Alckmin descaso na Saude: Superlotação faz pronto socorro recusar pacientes

Atendimento de urgência do Hospital Santa Marcelina está fechado desde sábado



O Pronto Socorro do Hospital Santa Marcelina, na zona leste da capital paulista, está fechado para novos pacientes desde sábado (20) devido a superlotação e a falta de recurso para atendimento.
Segundo a assessoria da instituição, há muito tempo o setor trabalhava acima da capacidade máxima. Semana passada, por exemplo, havia 75 pacientes no atendimento clínico e o local possui apenas 11 leitos.
O hospital não está direcionando os pacientes para outra instituição, decisão que fica a cargo de cada pessoa. Não há previsão para a reabertura do pronto socorro.
Fonte:Portal R7

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dilma faz faxina e Alckmin põem a sujeira para baixo do tapete e não investiga contratos suspeitos de R$ 2,5 bilhões.

do blog se a radio não Toca
faxina de dilma nos ministérios

No último mês, o Jornal da Tarde, que circula apenas na Grande São Paulo, publicou uma série de reportagens investigativas sobre a corrupção na Sabesp. Nelas aponta que as empresas que atuaram na Sanasa, na cidade de Campinas, também atuaram no governo do estado.  
As matérias mostram a formação de um verdadeiro cartel para fraudar licitações. Em setembro de 2010, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) prendeu José Carlos Cepera, que controlava um grupo de seis empresas: Lotus Serviços Técnicos; Pluriserv Serviços Técnicos; Infratec Segurança e Vigilância; São Paulo Serviços; Pro-saneamento Ambiental e O.O. Lima Empresa Limpadora, todas limitadas e registradas em nome de laranjas. Além disto, a uma ramificação, apontada pela polícia federal que chega a região do Vale do Paraíba.
A máfia presidida por Cepera manteve contratos desde 1995 até hoje contratos com o Ledislativo, Judiciário , Poder Executivo e o próprio Ministério Público como aponta a matéria do site Terra intitulada “MP apura ligações de suspeitos de fraude a governador”. Isso por si só mostra  o poderio destas empresas e as relações de proximidade entre este grupo e o poder público paulista.
Segundo nota do Ministério Público Estadual, a fraude é de, pelo menos, R$ 615 milhões e  

 
“a organização criminosa realizava as fraudes através da corrupção dos agentes públicos responsáveis pela licitação ou através do ajuste com empresas concorrentes, sem conhecimento do órgão público, sempre através da entrega de vantagens financeiras em dinheiro”.
 


Além de Cepera, foram presos na naquela ocasião, Luiz Arnaldo Pereira Mayer, dono da Saenge, Gregório Wanderlei Cerveira, dono da Hidrax, e Dalton dos Santos Avancini, da Camargo Correia.


A polícia federal, no rasto da operação Castelo de Areia, fez uma grande investigação sobres estes grupos criminosos e repassou-a para o ministério público que preferiu por “questões estratégicas” apenas continuar as averiguações entre as relações destas empresas com a cidade de Campinas, que curiosamente apoiaram o governo Lula e a eleição de Dilma. E lá prendeu a esposa do ex-prefeito, cassado no sábado, e vários secretários que fariam parte da denominada “republica de Corumbá”. Pelo que se sabe as “organizações Cepera” e a Saenge tem contrato de aproximadamente R$ 100 milhões com esta prefeitura.



Em maio, o Estadão revelou que um grampo destas investigações cita que o dono dá Saenge, filiado ao PSDB, teria relações fortes com três tucanos, como mostra a materia:


Monitoramento do Ministério Público (MP) também flagrou diálogos do empresário Luiz Arnaldo Mayer com um homem não identificado. Na conversa, se diz que Aparecido, José Henrique Reis Lobo, ex-presidente municipal do PSDB de São Paulo, e o deputado federal tucano Ricardo Trípoli (SP) estão “intercedendo” nos negócios de outro empresário, José Carlos Cepera, apontado como líder do grupo que teria desviado R$ 615 milhões dos cofres de Campinas.

Os grampos mostram os movimentos de Luiz Arnaldo Mayer, preocupado com os negócios relativos à Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp). Mayer é sócio-diretor da Saenge Engenharia, que tem contratos com a Sabesp.

O teor dos diálogos indica que o empresário teria o compadrio de um deputado para transitar por gabinetes da Assembléia e do Palácio dos Bandeirantes. “O conteúdo dos diálogos deixa muito evidente que as questões referentes às suas (de Mayer) contratações públicas estão intimamente ligadas a contatos e relacionamentos políticos”, destaca o relatório do MP.”
 Na mesma nota de setembro de 2010, o MPE menciona contratos dessas empresas com o governo paulista, especialmente a Sabesp. Os contratos com as empresas que atuaram em Campinas com a Sabesp  atingem R$ 1,75 bilhão, sem contar os contrato bilionário da Camargo Corrêa com a linha 4 do Metrô e o corredor noroeste em Campinas, como mostra a tabela abaixo: 
Resumo SABESP
Valor corrigido
Saenge
1.553.597.825
Organização Cepera
136.467.907
Hydrax
66.585.914
Total das empresas que atuaram em campinas
1.756.651.645
Total empresa de ex-diretores
745.931.472
Gerentec
219.158.009
JOB
165.316.818
Vitalux Eficiência Energética
30.000.000
ETEP
227.879.230
Cobrape
103.577.415
Total Geral
2.502.583.117
Estranhamente a Saenge teve novos aditamentos de contratos em 2011 e a pluriserv, um dos braços das empresas de José Carlos Cepera, teve 12 aditamentos de contratos que somam R$ 2,5 milhões. Estes fatos mostram sequer há investigação e não se interrompeu a execução destes contratos.
Para quem não se recorda ou não sabe, o dono da Saenge, Arnaldo Mayer, é filiado ao PSDB. Somente após denúncias publicadas noJornal da Tarde e representação de deputados do PT, o Ministério Público resolveu abrir investigação sobre a Sabesp.
Mas se o MPE já se sabia isso desde 2010, por que não investigou o governo dos tucanos? Como o Ministério Público mantem contratos com empresas que é acusada por ele próprio de fraudar licitações? Com estas empresas conseguiram estar presentes em todos as esferas da administração pública? Por que só foi investigado o caso de Campinas, cujo prefeito é um aliado do presidente Lula? Mistérios que precisam ser desvendados por jornalistas investigativos....


Vários diretores da Sabesp aparecem contratando as empresas investigadas pelo Ministério Público ou se unindo a elas em consórcios. Um dos envolvidos é o engenheiro Umberto Semeghini, que deixou a empresa Gerentec para trabalhar na Sabesp. Na época, ele conseguiu a proeza de elevar os contratos da Gerentec com a estatal paulista em 187%. Pularam de R$ 40 milhões para R$ 115 milhões. Uma dica sobre as relações de Umberto Semeghini aparece na matéria do Jornal da Tarde:

“Amigo pessoal do ex-governador Alberto Goldman (PSDB), com quem atuou no Ministério dos Transportes no governo Fernando Henrique Cardoso , Semeghini não é filiado a nenhum partido político, mas mantém laços políticos com outros tucanos. Em 2004, por exemplo, ele doou R$ 3 mil para a campanha da ex-prefeita de Itapevi, Dalvani Caramez”.
modus operandi de Umberto Semeghini foi seguido por Nilton Seuaciuc, da Vitalux Eficiência Energética. Os seus negócios com a estatal paulista cresceram 250%. Nilton foi assessor de Paulo Massato, diretor metropolitano da Sabesp. Massato, por sinal, foi  quem mais assinou contratos com as empresas investigadas em Campinas.
Já Marcelo Salles, diretor da Sabesp e ex-diretor da ETEP, viu sua ex-empresa ganhar contratos que chegaram a R$ 192 milhões no governo de José Serra (PSDB). Um crescimento de mais de 490% em relação ao que tinha na gestão anterior.  
Por sua vez Marisa de Oliveira Guimarães, assessora da Sabesp, é casada com Alceu Bittencourt, que é diretor de outra consultoria, que tem contratos com a Sabesp de R$ 103 milhões.
Uma curiosidade: em 2009, somente apresentaram propostas a VITALUX, COBRAPE e BBL, e ganharam as licitações de dois pregões que atingiram o valor de R$ 32,4 milhões.
Fica, portanto, evidenciada a ação de uma cartel dentro da Sabesp para viciar licitações. Mas o silêncio de Geraldo Alckmin (PSDB) sinaliza que o governador deveria ser  coerente com o que afirmou em 2006, no debate com Lula: “ Não rouba e não deixa roubar”.
A grande imprensa só investiga a operação Castelo de Areia quando quer atingir seus adversários políticos e cobra de Dilma ações contra a corrupção, com claros fins de cindir a sua base de apoio, mas se cala e não cobra providências das autoridades paulistas para coibir que continuem a atuar empresas acusadas pelo próprio ministério público de fraudar licitações.

sábado, 20 de agosto de 2011

Alckmin faz mais um pedágio para você:Pedágio no Trecho Sul do Rodoanel começa na quarta

Vai começar à zero hora de quarta-feira (24) a cobrança de pedágio no Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas. A autorização para o início do funcionamento das praças será publicada neste sábado no Diário Oficial do Estado. Custará R$ 2,50 para os veículos de passeio – os demais pagam de acordo com a quantidade de eixos. O pedágio para motocicletas custará R$ 1,25.
veja abaixo a promessa do Governador Alckmin quando candidato. 


pedagio de alckmin sul rodoanel
A partir deste sábado, os veículos terão de parar nas praças de pedágio para o teste de equipamentos, como cancelas, mas não vão pagar nada até quarta-feira. O procedimento, chamado de “operação assistida”, foi autorizado pela Agência Reguladora dos Serviços de Transporte (Artesp) nesta sexta-feira.

O Trecho Sul do Rodoanel foi inaugurado em abril de 2010. A estrada tem 61,3 quilômetros de extensão e liga a Rodovia Régis Bittencourt (onde se conecta ao Trecho Oeste) a Mauá, passando pelas rodovias Anchieta e Imigrantes. O trecho foi transferido à iniciativa privada em março. O consórcio SPMar venceu a licitação para operá-lo e ainda construir o Leste. Em contrapartida, poderá explorar o pedágios.


Pedágio sobe mais do que a inflação


O arredondamento nos preços fez o reajuste do pedágio nas rodovias paulistas ficar acima dos índices de inflação em 81 das 136 praças de pedágio – 59,6% do total.Doze contratos mais antigos usam como base o IGP-M no cálculo – que fechou o período base (entre junho e maio) em 9,77%. Mas alguns reajustes desse grupo foram maiores, como o da Rodovia dos Imigrantes, em Diadema, que teve 12% (passou de R$ 1,25 para R$ 1,40). Outras três praças tiveram o mesmo reajuste, que foi o mais alto neste ano.


Os contratos mais novos usam como base o IPCA, que fechou em 6,55%. Mas 19 praças tiveram aumento acima disso, como a Ayrton Senna em Itaquaquecetuba, que passou de R$ 2,40 para R$ 2,60 (alta de 8,3%).Do Jornal da Tarde
Fonte:Os Amigos do presidente Lula

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Empresa liga fraude no Turismo a SP

Fernando Gallo, de O Estado de S.Paulo
A Fundação Padre Anchieta, mantida pelo governo de São Paulo, pagou R$ 8,7 milhões a uma das empresas acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de desvio de dinheiro de convênios de capacitação profissional no Amapá feitos pelo Ministério do Turismo. A Luaxe Produções Comerciais e Eventos, cujo dono foi preso na Operação Voucher, da Polícia Federal, é uma empresa de fachada.
A fundação - que operou a TV Assembleia de novembro de 2008 a fevereiro de 2011, período em recebeu R$ 45 milhões do Legislativo - afirma que desembolsou o dinheiro para aluguel de "todos os equipamentos necessários para a operação da TV Assembleia". O gasto foi feito em um período de 19 meses, entre junho de 2009 e fevereiro de 2011. Funcionários da TV disseram ao Estado nunca ter visto a Luaxe atuando no Legislativo.
A Luaxe foi uma das cinco empresas contratadas pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi), pivô do escândalo no Turismo. Segundo o MPF, "nada do que o Ibrasi alega ter gastado (com a Luaxe) possui comprovação e, ainda que tivesse, estaria com o valor muito acima do mercado, evidenciando mais uma vez a fraude". A Procuradoria diz que "as três notas fiscais apresentadas pela Luaxe estão com a numeração borrada, havendo dúvida quanto à sua idoneidade".
A empresa tem sede em uma sala em um prédio comercial de Moema, na zona sul de São Paulo. O dono, José Carlos Silva Júnior, disse em depoimento à PF que a empresa tem apenas dois funcionários: ele próprio e uma secretária. A Luaxe não tem site na internet e o telefone fixo da empresa redireciona as chamadas diretamente para o celular de Silva Júnior. Um vizinho da empresa disse ao Estado que, nos dois anos e meio em que a produtora está no prédio, nunca viu algum equipamento de áudio ou vídeo entrar ou sair da sala.
Mais suspeitas. No fim de 2010, a Luaxe participou de uma licitação do Legislativo paulista suspeita de fraude. A empresa foi desclassificada da concorrência que selecionava a produtora que ia digitalizar o acervo da TV Assembleia a um custo de R$ 7,6 milhões.
Em junho, o Estado revelou que três funcionários afirmam que as outras duas empresas que participaram da concorrência - Rentalcine e América Produções -, que atualmente prestam serviços à TV do Legislativo, são do mesmo dono.
Fonte:Blog na rádio não toca

sábado, 13 de agosto de 2011

Ministro Padilha, até quando vai dar dinheiro do SUS para Alckmin entregar aos planos privados?

do Viomundo  por Conceição Lemes
Nessa terça-feira, 9 de agosto, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE) deu entrada à ação civil pública, com pedido de liminar, contra a lei estadual que permite aos hospitais públicos geridos por Organizações Sociais de Saúde (OSs) destinar até 25% dos leitos e outros serviços para planos de saúde e particulares.
A ação responde à representação de diversas entidades da sociedade civil, entre as quais o Grupo Pela Vidda-SP, que a liderou, o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems/SP) e o Conselho Estadual de Saúde, cujo presidente é o próprio Secretário estadual da Saúde.
Assinam-na os promotores Arthur Pinto Filho e Luiz Roberto Cicogna  Faggioni, da Promotoria de Justiça de Direitos Humanos e Saúde Pública do MPE. Eles pedem à Justiça que declare a inconstitucionalidade e ilegalidade da lei paulista, além de impedir que o governo estadual celebre contratos de gestão, alterações e aditamentos entre OSs e planos de saúde.
A lei em questão é a complementar nº 1.131/2010, mais conhecida como Lei da Dupla Porta, do ex-governador Alberto Goldman (PSDB), aprovada pela Assembleia Legislativa e  regulamentada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), mediante o decreto nº 57.108/2011.
Sábado passado, 6 de agosto, a Secretaria Estadual de Saúde publicou no Diário Oficial do Estado a resolução nº 148, que autoriza os dois primeiros hospitais públicos a vender 25% da sua capacidade para usuários privados.  São o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e o Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo “Dr. Euryclides de Jesus Zerbini”, ambos de alta complexidade.

“Permitir que os hospitais geridos por OSs vendam até 25% dos seus serviços para  planos de saúde é a prova provada de que esse sistema é muito mais caro do que a administração direta”, alerta o promotor Arthur Pinto Filho. “É a forma mais cruel que o estado de São Paulo poderia ter arrumado para capitalizar a saúde, já que seus hospitais públicos de alta complexidade são claramente insuficientes para atender à demanda dos usuários do SUS [Sistema Único de Saúde].”
Os hospitais de alta complexidade são o maior gargalo da rede pública de saúde. Em vez de diminuí-lo, para melhorar o acesso à assistência, o governo paulista vai aumentá-lo, tirando-lhes até 25% da capacidade para entregar de bandeja aos planos de saúde e particulares.
Em português claro: o governo paulista escolheu sustentar um modelo de gestão que está fazendo água – tem um rombo de R$ 147 milhões — à custa de uma perversão.
Os dois vão lucrar. O governo tucano manterá a forma de gestão pelas OSs, um sistema financeiramente falido. E os planos de saúde vão receber 25% dos leitos públicos sem investir um tostão nos hospitais públicos.
É mel na sopa para os planos e seguros de saúde. Em São Paulo, o setor suplementar vive um “overbooking hospitalar”: como os planos de saúde venderam mais do que a capacidade da rede conveniada – só em 2010, houve crescimento de 10% –, os pronto-socorros estão lotados e há fila para internação de clientes de planos, pois faltam vagas.
Daí por que os planos só têm a ganhar com a lei paulista. Além de desonerar os seus custos, ao usar a capacidade instalada dos hospitais públicos, eles “turbinam”  sua rede credenciada de alta complexidade, hoje medíocre e insuficiente.
“Os planos lucram agora e certamente serão generosos em ano eleitoral”, conjectura Mario Scheffer, especialista em saúde pública e presidente do Grupo Pela Vidda-SP, com base em estudo feito por ele e a médica sanitarista e doutora em saúde pública Lígia Bahia, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Em 2010, sem contar possível caixa 2, os planos de saúde deram R$ 12 milhões declarados para campanhas eleitorais, inclusive do governador Geraldo Alckmin.”
Desde já, Scheffer prevê:
1. Ao ostentar em suas redes credenciadas os hospitais do SUS, os planos de saúde exigirão como contrapartida o atendimento diferenciado de seus clientes.
2. Os usuários de planos, já com o diagnóstico em mãos, serão atendidos rapidamente, enquanto os usuários do SUS, até serem encaminhados pela rede básica, aguardarão meses para o agendamento. “É assim que funciona a dupla porta do Incor e do complexo HC-FMUSP, modelo que agora será estendido ao Icesp e ao Hospital dos Transplantes”, ressalta Scheffer.
“Os que tentam recobrir a discussão com verniz caritativo mais parecem corretores de imóveis negociando nacos de serviços públicos, na lógica de que os pacientes se dividiriam entre SUS-não-pagantes e planos-pagantes, os salvadores da pátria”, detona a professora Lígia Bahia. “Mas as contas não fecham, até porque os valores da remuneração dos planos são muitas vezes mais baixos que os praticados pelas instituições oficiais.”
Como boa parte dos hospitais geridos por contratos de gestão via OSs está quebrada, precisando “para ontem” de dinheiro novo, as organizações sociais de saúde não contempladas nesse primeiro momento vão pressionar a Secretaria Estadual  para também vender até 25% dos seus serviços.
Resultado: para reduzir o rombo nas OSs se ampliará a exclusão dos mais pobres, indo contra a Constituição Federal, pois fere o princípio da isonomia, e ainda destruirá o próprio SUS.
Por isso, ministro Alexandre Padilha, pergunto ao senhor o que as mais de 40 entidades que subscreveram a representação ao Ministério Público gostariam de saber:
1) Até quando o Ministério da Saúde vai continuar dando dinheiro para São Paulo entregar aos planos privados de saúde?
2) Não seria o caso, ministro,  de já iniciar o processo de desabilitação de São Paulo da gestão plena do SUS?
Financiar a saúde privada em detrimento do SUS não tem cabimento, é demais.


Alckmin vende até 25% dos leitos hospitalares do SUS para reduzir rombo de R$ 147 milhões nas OSs
Hospitais públicos gerenciados por OSs: o rombo acumulado é de R$ 147,18 milhões
MP acata representação contra lei que vende 25% dos serviços do SUS a planos de saúde
Veja aqui como os cofres públicos são assaltados, no Brasil, na cara dura

sábado, 6 de agosto de 2011

Programa de moradias para idosos é interrompido por governo Alckmin

Depois desse BLOG mostrar a opinião dos Tucanos sobre os aposentados ,agora mais descaso e propaganda enganosa para ganhar as eleições e depois largam tudo.
Mais um exemplo de programas dos tucanos que são meras propagandas
Lançado em 2009, pelo então governador José Serra, o Programa Vila Dignidade, destinado a oferecer moradias para pessoas da terceira idade, foi suspenso pela atual gestão Alckmin. Este é mais um exemplo de programas lançados pelos tucanos que não passam de meras propagandas em ano eleitorais.

Para se ter uma ideia, o programa, em 2009, entregou apenas 22 moradias e, em 2010, zero.
O Vila Dignidade previa a construção de conjuntos pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), de até 24 unidades com sala conjugada com cozinha, um dormitório, banheiro, área de serviço e um pequeno quintal nos fundos. Os idosos teriam à disposição assistência social, atividades culturais e de lazer. O custo disso seria da prefeitura.
Também outro projeto considerado modelo no governo Serra que será remodelado é o Programa Habitacional de Integração, criado para aproximar o servidor do Estado ao local de trabalho.

Recursos não são aplicados
Em 2010, o governo do PSDB construiu apenas 33.498 unidades habitacionais. Isso é resultado da não aplicação dos recursos previstos no orçamento, pois em 2010 – somados os recursos da secretaria de Habitação e da CDHU – houve um corte de R$ 318 milhões em relação ao previsto, que era de R$ 1,89 bilhão. 

A CDHU, durante 15 anos de PSDB no governo, construiu apenas 301.734 unidades, uma média de 20 mil/ano. Enquanto isso, o programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal, contratou, em apenas dois anos, 184.126 para o Estado São Paulo.

No Estado de São Paulo, cinco milhões de pessoas são desprovidas do direito à moradia digna, face ao déficit de 1,2 milhão de habitações. Além disso, há 6,2 milhões de pessoas que habitam áreas não regularizadas em conjuntos habitacionais, favelas e loteamentos irregulares, sem as mínimas condições de habitabilidade. 

*com informações do Diário de S. Paulo

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Administração tucana de São Paulo leva o Estado a beira do caos por 16 anos e só agora a Globo, que fez campanha eleitoral para Serra e Alckmin, denuncia. Acorda Paulistada.

Em dois anos, o número de cidades que não tem delegado titular dobrou

O número de cidades que não tem um delegado titular na região de Ribeirão Preto dobrou nos últimos dois anos -- dentre os 92 municípios que fazem parte da área de cobertura do Deinter-3, 24 cidades -- o equivalente a um terço -- enfrenta este problema diariamente.

A carência de profissionais reflete nos serviços prestados à população. Em Barrinha, por exemplo, o pai de um rapaz de 28 anos, desaparecido desde o dia 29 de maio, não consegue falar com o delegado. "Aqui parece que a coisa é parada. Eu já fiz boletim de ocorrência, fui na delegacia e eles só falam que estão esperando uma resposta. Procurei o delegado uma vez e disseram que ele tinha ido pra Sertãozinho. Uma vez que eu encontrei o escrivão, ele disse que o delegado só chegava a noite", afirmou Renato do Carmo, que nunca encontrou o delegado.

A reportagem da EPTV chegou a ir na delegacia de Barrinha mas, como já era de se esperar, o delegado não estava.

De acordo com um representante da Associação dos delegados de polícia do Estado de São Paulo (Adpesp) Haroldo Chaud, falta investimento. "No último concurso para delegado de polícia, que foi em 2008, dos 180 delegados contratados, cerca de 30 já migraram para outras carreiras. A solução seria um melhor investimento do Estado na carreira de delegado de polícia para que a gente não perca mais colegas para outros Estados que pagam melhor, para outras carreiras jurídicas, ou possivelmente desistam para advogar por causa da falta de investimento", afirmou.

Para a presidente do Sindicato dos policiais civis Maria Alzira da Silva, o problema também atinge os investigadores. "Todas as carreiras trabalham no sentido da investigação, mas em especial os investigadores. A medida que o investigador não tem condição de diligenciar, evidentemente que o crime não é esclarecido. A população é que sofre com essa falta de pessoal".

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), existem quatro concursos em andamento na Polícia Civil para selecionar delegados, investigadores, escrivães e agentes de telecomunicação. Ainda segundo a SSP, 1.350 profissionais serão remanejados do Detran e reforçarão o quadro da polícia. Porém, não há um prazo para resolver o problema de falta de delegados que hoje atinge 210 municípios do Estado.

Cidades sem delegados titulares

Região de Franca: Itirapuã, Rifaina, Ribeirão Corrente, Jeriquara, Restinga, São José da Bela Vista, Buritizal e Aramina.

Região de Barretos: Colômbia e Jaborandi.

Região de Bebedouro: Terra Roxa, Taiaçu e Vista Alegre do Alto.

Região de Sertãozinho: Barrinha, Dumont, Pontal, Pradópolis, Jaboticabal, Taquaral e DDM de Sertãozinho.

Região de Ribeirão Preto: Santa Cruz da Esperança, Serra Azul, Guatapará, Santo Antônio da Alegria e Cássia dos Coqueiros
Fonte: EPTV